Segundo o novo dicionário da Bíblia, “o termo aprocrypha (neutro plural do adjetivo grego apokryphos, ‘oculto’) é um termo técnico concernente à relação de certos livros” para com o Cânon do Antigo Testamento, no sentido de que, apesar de não serem aprovados para o ensino público, não obstante têm valor para o estudo e a edificação particulares.”
Segundo: relação dos apócrifos – ocultos
Os livros pertencentes ao Velho Testamento, que a Igreja de Roma sustenta serem sagrados e canônicos, em adição ao Cânon Hebraico original, são os seguintes:
01)O LIVRO DE TOBIAS
02)O LIVRO DE JUDITE
03)O LIVRO DE SABEDORIA (ou eclesiástico),
04)O LIVRO DE SIRAQUE
05)O LIVRO DE BARUQUE
06)I E II MACABEUS
07)ADIÇÕES DE DANIEL
08)ADIÇÕES A ESTER
Alem deste, como uma apêndice à versão da Vulgata Latina, contam-se os seguintes:
- A ORAÇÃO DE MANASSÉS
- III E IV ESDRAS (ou Apocalipse de Esdras).
Terceiro: Um pouco de história
Antes do concílio de Trento 1545-1563, livros apócrifos mencionados acima não eram tidos como canônicos pelas igrejas cristãs e alguns deles chegaram a ser refugados, positivos e decididamentente, por alguns dos mais eminentes pais da Igreja. E os livros que lograram receber a aprovação para serem lidos nas igrejas foram distinguidos dos livros do Cânon Hebraico original, ocupando apenas um lugar muito secundário.
Quando alguém ousava chamar de “canônico” a um desses livros, assinalava uma razão muito trivial e insatisfatória. Por exemplo, hilário no seu “prólogo aos Salmos” usa este argumento infantil: que os 22 livros canônicos do VT correspondem às 22 letras do alfabeto Hebraico, porém, como o alfabeto Grego possui 24 letras, era necessário haver 24 livros no Cânon do VT grego, e por esta razão, foram adicionados os livros de Tobias e Judite à Bíblia grega.
Agostinho, embora reconhecido como grande teólogo foi, contudo, mais fraco como crítico. Ele estava disposto a receber todos os livros incluídos Septuaginta como canônicos, visto que, por ignorância, supunha que a LXX tinha recebido sanção dos apóstolos. Toda via ele fazia uma distinção relevante entre esses livros, no que tange a sua autoridade. Diz, claramente, que prefere os livros constantes da Bíblia Hebraica, pois são em maior número e são mais importantes.
Mesmo assim, eruditos católicos romanos esforçaram-se por conseguir que o Concílio de Trento 1545-1563, nos seus decretos referentes ao Cânon, admitisse uma distinção clara entre os livros sagrados, a saber, livros deuterocanônicos e livros e livros protocanônicos Agostinho e outros pais fizeram tal distinção, mas o Concílio de Trenó não o fez. A decisão desse concílio não foi de acordo nem com os pais da Igreja nem com alguns teólogos de renome, como Afonso Tostado, Bispo de Ávila que, prefácio ao Evangelho de Mateus, escrito por volta de 1441 de nossa era, referindo-se aos livros de Judite, Tobias, Sapiência, Eclesiástico e Macabeus, assim se expressou: Ainda que a Igreja os permita ler, aos fiéis, e ela mesmo os lê em seus ofícios, nem por isso, contudo a Igreja os tem por canônicos, nem obriga aos fiéis a recebe-los, nem ter por desobedientes e rebeldes aos que não os recebem. E isto por 2 razões: Primeira a Igreja: não estão certos se os autores destes livros foram inspirados pelo Espírito Santo Segundo: porque a Igreja não está certa se os hereges acrescentaram ou alteraram neles
Alguns lugares (Bíblia Sagrada, edição católica do Padre Antônio de Figueiredo (1881)
Além do mais, há duas fortíssimas razões pelas as quais os livros apócrifos não devem ser incluídos na coleção que formam o Antigo Testamento:
PRIMEIRA: esses livros não tiveram, jamais, a aprovação de Cristo e de seus Apóstolos e discípulos que escreveram o Novo Testamento.
Os antigos livros apócrifos
Colocados na Vulgata não são citados em parte alguma no NT.
SEGUNDA: esses livros não faziam parte do Cânon Hebraico, e só
foram escritos.depois que a Inspiração do VT cessou e o Cânon já estava encerrado
O Testemunho de Flávio Josefo:
Josefo, um dos mais proeminentes historiadores de sua época, também considerado: O maior historiador Judeu chegou a reconhecer a existência dos apócrifos, mas os excluído do seu catálogo de livros inspirados do Antigo Testamento. A sua lista era a seguinte.
1) Os Cinco Livros da Lei
2) Os Treze Livros Proféticos
A) Josué
B) Juízes e Ruth
C) Os livros de Samuel
D) Os livros de Reis
E) Os livros de Crônicas
F) Esdras e Neemias
G) Ester
H) Isaías
I) Jeremias
J) Ezequiel
L) Daniel
M) Os 12 profetas menores
N) O livro de Jô
3) Os Quatro Livros de Hinos e Preceitos
A) Salmos
B) Provérbios
C) Eclesiastes
D) Cântico dos Cânticos
Nenhum livro apócrifo entra nessa lista de Josefo. Ele mesmo, quando alude outros livros não inspirados, afirma o seguinte: “Desde Artaxerxes até nossos dias, nossa história tem sido escrita; porém esses escritos não merecem o mesmo crédito que os outros, pois desde aquele tempo, não temos tido nenhuma sucessão certa de profetas.”
O testemunho dos Pais da Igreja:
Esses livros foram rejeitados, com singular unanimidade, pelas igrejas cristãs primitivas e pela maioria dos pais da Igreja. Veja a relação das autoridades do período patrístico que os rejeitaram:
- Melito, Bispo de Sardes (170 d.C)
- Orígenes, grande erudito da primitiva igreja grega (200 d.c)
- Atanásio, campeão da ortodoxia, rejeitou a todos, e executando Baruque (300-373 d.c)
- Epifânico, que escreveu um livro sobre heresias (350-403 d.c)
- Anfilóquio, o festejado Bispo de Icônio (390 d.c)
- Jerônimo, o erudito bíblico da Igreja Latina (400 d.c)
- Rufino, o tradutor de Orígenes (400 d.c)
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