Reconhecendo demônios na igreja
RECONHECENDO DEMÔNIOS NA IGREJA
Texto de Joanilson Rodrigues
Texto inicial: Atos 16:16-19
“E aconteceu que, indo nós à oração, nos saiu ao encontro uma jovem, que tinha espírito de adivinhação, a qual, adivinhando, dava grande lucro aos seus senhores.
Esta, seguindo a Paulo e a nós, clamava, dizendo: Estes homens, que nos anunciam o caminho da salvação, são servos do Deus Altíssimo.
E isto fez ela por muitos dias. Mas Paulo, perturbado, voltou-se e disse ao espírito: Em nome de Jesus Cristo, te mando que saias dela. E na mesma hora saiu. E, vendo seus senhores que a esperança do seu lucro estava perdida, prenderam Paulo e Silas, e os levaram à praça, à presença dos magistrados. “
Nesta Passagem acima percebemos duas coisas graves e que nos dias atuais, confundem a igreja: a existência de endemoniados proclamando o nome de Deus e o fato de verdadeiros servos de Deus não estarem discernindo, pelo menos por algum tempo decorrido, a presença de demônios no meio da igreja.
Já ouvi muitas pregações exaltando o feito de Paulo em expulsar o demônio que habitava naquela mulher, por conta do que ocorre posteriormente com a sua prisão e a de Silas. Ocorre ali, na prisão, a magnífica libertação de ambos, que a experimentam depois de cantarem louvores a Deus com as costas dilaceradas. O foco de quase toda pregação ou estudo está obviamente no louvor que ambos ministram a Deus em um momento de dor, mas se lermos com atenção, perceberemos algo de grave no que aconteceu anteriormente à prisão deles na cidade de Filipos, na Macedônia, e que muito pode nos ensinar também para os dias atuais.
Não pretendo abordar neste artigo sobre aquele tipo de manifestação pública de libertação de demônios que acontece na igreja cristã de um modo geral, sobretudo nas pentecostais, algumas chegando ao cúmulo de mostrar pastores entrevistando e xingando os espíritos malignos. Não, não é deste tipo de demônio de que falaremos, mas daqueles que convivem com os membros no dia-a-dia da igreja e que fala aos ouvidos dos servos de Deus sem que eles se dêem conta de que são demônios que os estão, por vezes, até aconselhando, mesmo sem proferirem uma só palavra contra Deus ou contra os ministros do Senhor.
Acredito que, de certo modo, a igreja não está preparada para lutar contra alguns tipos de demônios porque as suas ações e metodologias são menos claras. Lembro-me de ouvir o testemunho da serva de Deus Ana Paula Valadão, a quem muito admiro e não tenho a menor dúvida sobre o trabalho profético e abençoado que tem, dizer que seu marido Gustavo repreendeu certa vez a agir de um demônio familiar que atuava sobre a família dela desde e tempo de sua bisavó. Depois de um comportamento de insubmissão, ele lhe disse:
“-Eu não tolero Jezabel!”
Ao que ela respondeu: “-Amor você está dizendo que há demônio em mim? “
- “Sim, e eu estou repreendendo-o.” Disse ele em resposta.
Infelizmente, como tanto a Ana Paula Valadão, quanto seu ministério, sofreram mentirosas acusações do Edir Macedo e seus bispos na TV, dizendo que ela caia endemoniada, eles devem ter retirado este vídeo da Internet.
Não podemos nos esquecer também que Jesus repreendeu a sugestão de Satanás na vida de Pedro depois de muito tempo em que ele servia a Jesus:
“Ele, porém, voltando-se, disse a Pedro: Para trás de mim, Satanás, que me serves de escândalo; porque não compreendes as coisas que são de Deus, mas só as que são dos homens.” Mateus 16:23
Voltemos ao texto inicial. Na passagem de Atos dos apóstolos que lemos no cabeçalho deste artigo, é necessário percebermos as palavras do demônio que agia na vida daquela jovem: ” Estes homens, que nos anunciam o caminho da salvação, são servos do Deus Altíssimo. E isto fez ela por muitos dias…”
O que havia de errado na fala desta moça?
Nada, absolutamente nada, no que tange ao conteúdo!
Os discípulos que acompanhavam o apóstolo Paulo, e ele mesmo, não identificaram imediatamente nada de anormal ou incompatível com o evangelho na fala daquela jovem mulher.
E por que não identificaram o mal imediatamente?
Porque simplesmente havia vários requisitos que a mulher preenchia que absolutamente não batiam com o que entendem que um típico endemoninhado deveria ter, como o endemoniado de Lucas 8:27-39, o endemoninhado gadareno de quem Jesus expulsou uma legião de demônios.
Um grande entrave para superarmos é a ideia pré-concebida que temos do que sejam demônios. Como naqueles filmes de terror, sempre imaginamos demônios com voz rouca ameaçando ou gritando com pessoas. Tal conceito difere em muito do que a bíblia fala sobre Satanás:
“ Estiveste no Éden, jardim de Deus; de toda a pedra preciosa era a tua cobertura: sardônica, topázio, diamante, turquesa, ônix, jaspe, safira, carbúnculo, esmeralda e ouro; em ti se faziam os teus tambores e os teus pífaros; no dia em que foste criado foram preparados.
Tu eras o querubim, ungido para cobrir, e te estabeleci; no monte santo de Deus estavas, no meio das pedras afogueadas andavas.
Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado, até que se achou iniqüidade em ti “ Ezequiel 28:13-15
Sobre o seu agir a bíblia diz ainda: “Pela tua sabedoria e pelo teu entendimento alcançaste para ti riquezas, e adquiriste ouro e prata nos teus tesouros.
Pela extensão da tua sabedoria no teu comércio aumentaste as tuas riquezas; e eleva-se o teu coração por causa das tuas riquezas; “ Ezequiel 28:4-5
Pela extensão da tua sabedoria no teu comércio aumentaste as tuas riquezas; e eleva-se o teu coração por causa das tuas riquezas; “ Ezequiel 28:4-5
Voltemos para Atos dos Apóstolos.Os apóstolos, Paulo e Silas, anunciavam realmente o caminho da salvação, conforme a mulher dizia? Sim! E ela proclamava isto aos quatro cantos para todos ouvirem, ou seja , aparentemente estava evangelizando, já que esta palavra quer dizer “anunciando boas notícias”. Que coisa, hein? Um demônio “evangelizando”!?!? Revejamos nossos conceitos!
Afinal, Jesus disse que a boca fala do que o coração está cheio (lucas 6:45). Analisando este caso específico como exemplo, fica difícil identificar a ação de Satanás ou de seus servos quando encontramos alguém que aprendeu jargões religiosos e os repete à exaustão como ” Vai com Deus!”, “Glória a Deus!”, “Sangue de Jesus,” entre inúmeras outras expressões do nosso “evangeliquês” cotidiano.
Lembro ainda que Satanás não é Deus e por isso não pode estar em dois lugares diferentes ao mesmo tempo. Por isso, quase sempre o agir demoníaco se refere a seus súditos, que podemos chamar de demônios “especialistas” em determinados assuntos.
Paulo e Silas eram mesmos servos do Deus altíssimo?
Certamente! Portanto, que mal havia no fato de a mulher alardear isto com tanta ênfase? O que havia de mentira então, na fala daquela mulher? Nada que fosse identificável à primeira vista. Por isso, se reunirmos a proclamação da mulher com o aspecto de que ela seguia os apóstolos, veremos o quão difícil foi para Paulo identificar a ação demoníaca na vida daquela mulher, visto que todos os que pregam o evangelho esperam que, à semelhança de Cristo, haja também seguidores em seu ministério.
Da mesma forma, a igreja atual pode conviver diariamente com pessoas endemoniadas e não se dar conta disso por muito tempo, já que na infeliz visão de participação de mercado (Market Share) religioso atual, possui maior sucesso a igreja que agremiar o maior número de seguidores, dentre os quais, poderíamos ainda incluir os do tweeter.
O texto em Atos 16 não fala nada sobre o comportamento desta mulher enquanto seguia a Paulo. Não sabemos o que ela fez ou falou neste período específico que a bíblia chama de “muitos dias” em que seguia a ele, por isso, pode ser perigoso conjecturarmos sobre o que Paulo viu ou ouviu dela que pudesse indicar a ele que ela agia sobre influência de um demônio, mas o que fica evidente é que ele não percebeu, pelos menos por muitos dias, que era o diabo que falava por aquela mulher. O texto afirma que ”por muitos dias” a mulher fez aquilo, sem contudo especificar quantos” foram esses “muitos”.
Hoje, há pessoas dentro da igreja que agem da mesma forma que a mulher de Atos 16. Têm um linguajar religioso e aprende jargões do tipo: “Eu renuncio, em nome de Jesus… ” ou ainda o famoso “está amarrado…” e por isso, não é tarefa fácil identificar se tais pessoas falam por ação de Deus, por seu próprio espírito humano ou por ação e sagacidade do demônio, já que a própria palavra de Deus nos diz que só podemos confessar a Jesus como sendo o Senhor e não dizer ”Maldito seja Jesus”, através da ação do Espírito Santo . ( I Cor 12:3)
Pois bem, esta mulher não amaldiçoou os apóstolos, nem a Deus, nem a sua missão… Então, estaria o demônio trabalhando a serviço do reino de Deus? É obvio que não! Porém, com a mesma lerdeza de percepção e discernimento que tiveram Paulo e Silas, vejo na igreja atual, servos de Deus “apaixonados” pela “ boca de Sambalate” (homem maligno que falava mal da obra de Deus e que se opunha a Neemias na reconstrução dos Muros de Jerusalém). Veja estudo completo sobre ele no Estudo bíblico que escrevi neste mesmo site, intitulado Batalha Espiritual.
Mas podemos dizer que havia um “Espírito de Bajulação” naquela mulher. A bajulação consiste em ficar repetindo atributos positivos que uma pessoa tenha a fim de enaltecer o seu ego e assim ganhar “credibilidade” junto a ela. Bajuladores quase nunca são contestados, justamente pela sutileza de seu falar e seus contantes elogios.
Quando um servo de Deus recebe isso (elogios diretos a sua pessoa) o que ele deve fazer? “Retransmitir” imediatamente toda a honra e glória a Deus, pois ele é o único que é digno de ser louvado. Santo Agostinho tinha um pensamento que resumia em muito este princípio: “Eu prefiro a crítica do que a adulação porque a crítica me corrige enquanto a adulação me corrompe“, mas na prática quem realmente prefere ser criticado do que bajulado?
Pense um pouco e me responda sinceramente: você prefere alguém que te diga o que está errado em você ou alguém que ressalte o tempo todo somente as tuas boas qualidades? Pois é! É justamente esta resposta que nos qualifica como vítimas fáceis do diabo, porque apesar de sabermos que a crítica positiva pode nos aprimorar, preferiremos sempre o adulador porque suas palavras massageiam nosso ego.
Este mesmo Espírito de Bajulação, presente no povo de Israel algum tempo após a morte e ressurreição do Senhor, lançou imensos elogios ao rei Herodes, dizendo-lhe após um “belo” discurso que sua voz era a voz do próprio Deus e não a voz de um homem qualquer. O que aconteceu depois?
Vejamos nesta passagem: “ E num dia designado, vestindo Herodes as vestes reais, estava assentado no tribunal e lhes fez uma prática. E o povo exclamava: Voz de Deus, e não de homem. E no mesmo instante feriu-o o anjo do Senhor, porque não deu glória a Deus e, comido de bichos, expirou. “Atos 12:21-23
Tais pessoas rondam, adentram a igreja e falam palavras de lisonjas a ela. E a igreja, na pessoa do líder ou membro, quando recebe tais elogios, parece anestesiar-se com a ação sedutora deste tipo de demônio que age sempre através de pessoas que “sabem reconhecer o valor de um bom líder”.
Paulo não caiu roído de vermes como Herodes, mas poderia ter acontecido se assim ele permanecesse ou se aceitasse a lisonja como sendo verdadeira, mas ao contrário, Paulo tinha o Espírito de Humildade que o verdadeiro servo de Deus deve ter durante toda a sua vida.
Esta experiência anestésica de Paulo na verdade nos mostra que jamais devemos baixar a guarda nesse assunto e a vigília e atenção devem sempre estar preparadas. No capítulo 14, Paulo quase foi morto por não aceitar o título de um dos Deuses do Olimpo. (Atos 14:7-19) Ele fez o que Herodes deveria ter feito. Essa questão coloca dois pontos antagônicos que podem ou não convergir: Quem está proferindo e lisonja e quem a está recebendo.
Parece que é… Quando Jesus falou sobre o joio e o trigo sempre acreditei que se tratava de doutrinas malignas crescendo no meio da igreja, mas hoje percebo que isso vai muito além. A revelação da parábola pode nos ensinar também sobre pessoas que aparentemente são cristãs e sua presença no meio da igreja é facilmente confundida com o trigo verdadeiro que há nela, diga-se: Cristãos autênticos. Elas têm a aparência e linguajar cristão e até uma rotina de ir à igreja, porém os seus frutos são incontestavelmente malignos.
Jesus nos alerta, ensinando o seguinte princípio: Pelos seus frutos os conhecereis. (Mateus 7:16,20) Não é pelo linguajar, vestimenta, conhecimento bíblico, prosperidade financeira ou mesmo quantidade de cultos que frequenta semanalmente. O conhecimento profundo que teremos de tais pessoas é pelo fruto que produzem.
Tenho visto igrejas desmoronarem porque os líderes não perceberam que, à semelhança desta jovem na história de Atos 16, pessoas se infiltram na igreja e cativam a muitos com seu linguajar encantador, mas que no fundo estão ali para separarem os mais fiéis irmãos de ministério, acabar com casamentos ou ainda desunir famílias inteiras. Infelizmente, muitos líderes só perceberão a magnitude de sua obra depois que esses muito andarem com a igreja e o estrago já estiver consumado, se valendo quase sempre de palavras e jargões religiosos, mas o seu fruto é maligno.
Paulo, pelos menos por duas vezes, se refere a estas pessoas como “falsos irmãos”, acredito que também por perceber, ainda que atônito, a presença destes no seio da igreja.
Eis duas passagens nas quais Paulo fala dessa gente:
“Em viagens muitas vezes, em perigos de rios, em perigos de salteadores, em perigos dos da minha nação, em perigos dos gentios, em perigos na cidade, em perigos no deserto, em perigos no mar, em perigos entre os falsos irmãos;” 2 Coríntios 11:26
Nesta outra passagem também vemos este mesmo termo: “ E isto por causa dos falsos irmãos que se intrometeram, e secretamente entraram a espiar a nossa liberdade, que temos em Cristo Jesus, para nos porem em servidão;” ( Gálatas 2:4)
O Joio e o trigo: Demônios e Falsos Irmãos convivendo com a igreja
Para aprofundarmos ainda mais sobre esse agir demoníaco no meio da igreja, precisamos recorrer á parábola do Joio e do trigo que Jesus Conta em Mateus 13:24-30.
“Propôs-lhes outra parábola, dizendo: O reino dos céus é semelhante ao homem que semeia a boa semente no seu campo. Mas, dormindo os homens, veio o seu inimigo, e semeou joio no meio do trigo, e retirou-se. E, quando a erva cresceu e frutificou, apareceu também o joio. E os servos do pai de família, indo ter com ele, disseram-lhe: Senhor, não semeaste tu, no teu campo, boa semente? Por que tem, então, joio? E ele lhes disse: Um inimigo é quem fez isso. E os servos lhe disseram: Queres pois que vamos arrancá-lo? Ele, porém, lhes disse: Não; para que, ao colher o joio, não arranqueis também o trigo com ele. Deixai crescer ambos juntos até à ceifa; e, por ocasião da ceifa, direi aos ceifeiros: Colhei primeiro o joio, e atai-o em molhos para o queimar; mas, o trigo, ajuntai-o no meu celeiro.”
Você sabe como é a aparência do joio? É igual ao trigo, até que cresçam e se diferenciem um do outro. O Joio tem o nome científico de Lolium temulentum e é conhecido também como cinzânia. Por ser considerada uma planta venenosa, se for misturada, mesmo em pequena quantidade, com o trigo para se fazer uma massa de pão, por exemplo, comprometerá todo o produto.
Você sabe onde o joio costuma crescer? Nas mesmas zonas onde é cultivado o trigo e é considerada pelos agricultores como uma erva daninha. A semelhança é tão grande que em algumas regiões o joio é chamado de “falso trigo“.
Meditando hoje sobre a parábola do joio e do trigo, vejo que Jesus nos alertava sobre o agir dessas pessoas no meio da igreja, separando-a e dividindo-a. Os “agentes secretos do diabo” quando se infiltram entre o povo de Deus precisam convencer que são o que dizem que são, por isso sua presença, muitas vezes, não é percebida sequer pelo mais sagaz e experiente dos apóstolos, como foi o caso de Paulo e Silas em Filipos com aquela jovem endemoninhada.
O jovem católico Francisco de Assis, que viveu na idade média, parece ensinar-nos a receita ideal para diferenciarmos quando se trata de joio ou de trigo dentro da igreja: discernindo a produção de frutos das quais nos fala Jesus. Como assim? Explico em breve, mas antes, voltemos ao exemplo da moça endemoninhada.
Alguém que diz seguir o evangelho deve produzir frutos dignos do evangelho, pois nosso Senhor Jesus Cristo disse: “Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento, e não comeceis a dizer em vós mesmos: Temos Abraão por pai; porque eu vos digo que até destas pedras pode Deus suscitar filhos a Abraão.” (Lucas 3:8)
Pessoas que destroem igrejas e comunidades cristãs com fofocas e separando os melhores amigos estão espalhadas aos milhares ao redor do mundo. Não nos esqueçamos de que a igreja da qual falamos, não é Instituição, mas sim pessoas, desse modo, podemos concluir, sem medo de errar, que essas pessoas também afastam irmãos de sangue, pais e mães e certamente não estão produzindo frutos dignos de arrependimento, segundo as palavras de nosso Senhor Jesus Cristo (Mateus 3:8), ao contrário, estão produzindo frutos da carne segundo Gálatas:
“Porque as obras da carne são manifestas, as quais são: adultério, prostituição, impureza, lascívia, Idolatria, feitiçaria, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias, Invejas, homicídios, bebedices, glutonarias, e coisas semelhantes a estas, acerca das quais vos declaro, como já antes vos disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o reino de Deus. “ Gálatas 5:19-21.
Dentre os pecados gerados pelos frutos da carne alguns deixam evidentes que não provém de Deus. Porfias, que são discussões e bate bocas; Adultério; Prostituição que pode ser tanto explícita e sexual quanto implícita e de valores; Lascívia, que é “ver sexo em tudo” como em alguns programas de humor; Iras; pelejas (brigas), Homicídios, Bebedices e glutonarias. Esses frutos são “para fora” e ficam evidentes imediatamente que não vêm de Deus.
Emulações, também chamada de hipocrisia, que é fingir ser amigo quando se é inimigo, fingir concordar quando na verdade se discorda está no grupo de identificação imediata mais difícil. Assim também, estão as Dissensões (provocar a ruptura de amizades – negócios - família) formando um novo grupo ou uma “nova igreja”. Neste caso devemos considerar que quando há corrupção de valores e pecados graves, não há como continuar unido a uma estrutura corrupta e corruptora; Invejas e Heresias, fecham a lista. As pessoas que promovem ruptura, facções, dissensões estão a serviço de Satanás, sem dúvida alguma. Separar os melhores amigos, separar irmãos de sangue, separar irmãos de fé, são ações que estão entre a criação de dissensões e facções, por exemplo.
Como texto complementar, sugiro que leia também meu outro artigo intitulado Como interferir positivamente na vida das pessoas .
Basta um pouco do agir dessas pessoas para envenenar toda a igreja.
“Assim também a língua é um pequeno membro, e gloria-se de grandes coisas. Vede quão grande bosque um pequeno fogo incendeia. “Tiago 3:5 Precisamos nestes dias acordar como Paulo finalmente acordou e expulsar o demônio que habita naquela pessoa que segue a igreja, com um jargão decorado e repetitivo, mesmo que aparentemente seja um “bom” cristão.
Oro para que nestes dias o Espírito Santo derrame abundantemente o dom de Discernimento dos espíritos (I Cor 12:10) sobre toda a igreja, através do qual, o próprio Deus revele aos seus servos que tipo de espírito (e não de demônio, necessariamente) cada pessoa traz em si. Dentre estes espíritos, os quais, podem sim, ser humanos, com o “aval” maligno, encontramos estes que descreveremos abaixo.
Lembro que quando digo espíritos humanos, não estou me referindo a pessoas mortas que tomam corpos, pois isso é uma grande confusão que Satanás ainda hoje semeia na mente e coração de muitas pessoas, que estando fragilizadas pela perda de um parente buscam conforto em tentar falar com mortos. Mas a bíblia é clara quando afirmam que os mortos não voltam. Leia as seguintes passagens:
- Hebreus 9:26-29 (O decreto divino: Todos homens devem morrer uma só vez e depois virá o juízo. Jesus não morreu muitas vezes)
- Lucas 16:19-31 ( O Rico e o Lázaro: é proibido aos mortos voltar ou se comunicar com os vivos, mesmo que seja para alertar seus parentes, os vivos devem consultar as escrituras e os profetas)
- Eclesiastes 9:5-6 (Os mortos não sentem ciúme, dor ou emoção alguma. O “finado” não está sofrendo não e tampouco pedindo uma missa em seu favor, portanto quando se sonha com algo assim, é a saudade natural por sermos humanos falando e não a alma do morto que voltou. Eu sonho ainda muitas vezes com meus pais já falecidos, mas isso não é comunicação com suas almas e sim, o meu inconsciente falando comigo)
- Levítico 20:27 (quem praticava necromancia: Evocação ou Invocação aos mortos deveria morrer)
- Deuteronômio 18:9-11 (não haja quem faça consulta aos mortos).
Portanto, quando digo que dom de Discernimento de Espíritos (I Cor 12:10) não é discernimento de demônios necessariamente, quero dizer que seres humanos não possuídos podem sim ter um espírito de inveja em si, ou de mentira, ou de adultério. Se o homem que fez essas coisas pudesse afirmar que estava endemoninhado quando as praticou, então não seria culpado de nada pois “não tinha consciência do que fazia” e somente o demônio seria condenado, mas sabemos que o julgamento de Deus sobre os homens será sobre o que cada um praticou individualmente.
Espírito de Confusão e dúvidas
É a indução a raciocínios que levam a decisões erradas ou precipitadas sobre quaisquer assuntos. A semente pode ser plantada através de palavras, cartas, imagens ou outros meios, os quais, quando mostrados fora do contexto, podem induzir a mágoas ou brigas dentro da igreja;
Espírito de Maledicência (falar mal) e intrigas (Fofocas)
O aspecto de falar mal de alguém pode ser muito sutil, geralmente começando com uma frase do tipo: “eu gosto muito dele, mas…..”
Espírito de Bajulação e sedução
Geralmente esta estratégia consiste em “levantar a bola” do líder (exaltá-lo ou a “seus grandes feitos”). Assim fez o filho de Davi, Absalão quando quis destruir a imagem do seu pai perante os seus súditos. (II Sm 15: 3-6) Neste caso específico, a bíblia afirma que Absalão, furtava o coração dos homens de Israel. Vejo que foi justamente esta a estratégia da jovem de Filipos, levantando a bola de Paulo e Silas, dizendo que eles eram servos do Deus Altíssimo. Já vi pessoas semearem a discórdia entre líderes cristãos bajulando um, dizendo que o outro não o merece como irmão ou parceiro, minando aos poucos o ministério na igreja local.
Espírito de Escárnio e desprezo
Ataques diretos de desprezo e escárnio não são tão comuns neste tipo de espírito, ao contrário, muitas vezes demonstram aparente respeito e reverência, mas se observadas com mais atenção e profundidade, se perceberá que este tipo de espírito, despreza e escarnece sim, mas com muita sutileza para não ser desmascarado imediatamente.
Espírito de hipocrisia e simulação
Satanás é o pai da mentira, por isso, ele domina como ninguém as suas variáveis. Quem possui este espírito de hipocrisia e simulação age como um ator que convence que realmente que é sincero e fala a verdade, quando na verdade não há sinceridade nem no que diz nem no que faz. Como podemos julgar? Pelos frutos bons ou maus que produz.
Espírito de Indução
Este espírito leva o outro a fazer algo, por exemplo: quando alguém na igreja está irritado e pensando sobre o que fazer, esta pessoa maligna lhe diz ” se fosse comigo, eu não deixaria passar, não!”. Nesse caso, a pessoa, em si, não faz nada, mas induz o outro a fazer.
O que fazer?
Tenhamos a ousadia de Paulo em expulsar tais espíritos da vida das pessoas, mesmo que for para dilacerarem as nossas costas e nos lançarem na prisão como fizeram com eles, conforme relata o capítulo 16 do livro de Atos dos Apóstolos. A igreja tende a aceitar como membro ou até ministro quem não tem aparência do mal e por isso não inibe as suas práticas e essas pessoas acabam tendo, não somente trânsito livre para sorrateiramente destruírem a igreja por dentro, já que convivem de forma absolutamente camuflada com o intuito claro de destruir através da discórdia e separação entre seus membros, mas têm também o aval dos dirigentes que demoram a se incomodar com sua presença e atitudes não querendo cometer injustiça com quem ainda não lhe fez mal algum.
Por muitos dias esta mulher atuou no ministério de Paulo e só Deus sabe todo o mal que ela fez, pois a bíblia não registra e isso é muito bom, assim não teremos jamais raiva ou desprezo por esta mulher, mas sim misericórdia por sabermos que era Satanás quem a aprisionava e o Apóstolo a libertou, no fim, é isto o que realmente conta. Temos que desejar a libertação dessas pessoas, mas não podemos mais deixá-las agirem livremente no meio da igreja.
Olhando para o meio dito evangélico, como eu gostaria de ver atitudes simples como a deste jovenzinho chamado Francisco, que habitava a cidade de Assis que aprendeu a produzir e pedir a produção dos frutos de Deus através desta simples oração:
Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz.
Onde houver ódio, que eu leve o amor;
Onde houver ofensa, que eu leve o perdão;
Onde houver discórdia, que eu leve a união;
Onde houver dúvida, que eu leve a fé;
Onde houver erro, que eu leve a verdade;
Onde houver desespero, que eu leve a esperança;
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria;
Onde houver trevas, que eu leve a luz.
Ó Mestre, Fazei que eu procure mais
Consolar, do que ser consolado;
compreender, do que ser compreendido;
amar, que ser amado.
Pois, é dando que se recebe, é perdoando que se é perdoado, e é morrendo que se vive para a vida eterna.”
Oração de São Francisco de Assis.
Para saber se o espírito que atua na vida das pessoas é de Deus ou não, basta ver os frutos que elas estão produzindo no meio da igreja e avaliar se eles são autênticos e compatíveis com a mensagem do evangelho (dignos de arrependimento) ou se são mera retórica para bajular, seduzir e levar à ruína os incautos e indoutos nas sagradas escrituras.
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