domingo, 6 de outubro de 2013

Os Evangelhos são Verdadeiros? Analisado o Intervalo de Tempo

Os Evangelhos são verdadeiros?


Intervalo de tempo

          Não apenas o número de manuscritos é significativo, mas também o intervalo de tempo transcorrido entre quando o original foi escrito e a data da cópia. Ao longo de mil anos de cópias, não é possível dizer no quê um texto poderia se transformar. Mas quando se trata de cem anos, a história é diferente.
 
          O crítico alemão Ferdinand Christian Baur (1792–1860) certa vez afirmou que o Evangelho de João não havia sido escrito por volta de 160 d.C. e, portanto, não poderia ter sido escrito por João. Isso, se for verdade, não questionaria apenas os escritos de João, mas também lançaria suspeita sobre todo o Novo Testamento. Mas então, quando um esconderijo dos fragmentos em papiro do Novo Testamento foi descoberto no Egito, no meio estava um fragmento do Evangelho de João (especificamente, P52: João 18:31-33) datado de aproximadamente 25 anos depois que João havia escrito o original.
 
          Metzger explicou que, “assim como Robinson Crusoé, que viu uma única pegada na areia e concluiu que havia outro ser humano, com dois pés, presente na ilha junto com ele, o fragmento P52 prova a existência e o uso do Quarto Evangelho durante a primeira metade do século II em uma província ao longo do Nilo, muito afastada do local de escrita tradicional (Éfeso, na Ásia Menor).”[10] Achado após achado, a arqueologia desvendou cópias de grandes partes do Novo Testamento, datadas de até 150 anos após os originais.[11]
 
          Muitos outros documentos antigos têm intervalos de 400 a 1400 anos. Por exemplo, a Poética de Aristóteles foi escrita por volta de 343 a.C., e a primeira cópia é datada de 1100 d.C., sendo que existem apenas cinco cópias. E, ainda assim, ninguém sai em busca do histórico Platão, afirmando que na verdade ele era um bombeiro, e não um filósofo.
 
          De fato, existe um corpo quase completo da Bíblia chamado Codex Vaticanus, que foi escrito somente cerca de 250 a 300 anos depois da escrita original dos apóstolos. O corpo completo mais antigo conhecido do Novo Testamento em um manuscrito uncial antigo é chamado Codex Sinaiticus que, agora, está guardado no Museu Britânico.
 
          Assim como o Codex Vaticanus, ele é datado do século IV. Voltando ao início da história cristã, o Vaticanus e o Sinaiticus são como outros manuscritos bíblicos no sentido em que diferem minimamente um do outro e nos oferecem uma imagem muito boa do que os documentos originais devem ter dito.
 
         Até mesmo o crítico acadêmico John A. T. Robinson admitiu que “a integridade dos manuscritos e, acima de tudo, o curto intervalo entre a escrita original e as primeiras cópias existentes, tornam o Novo Testamento de longe o texto mais certificado de qualquer escrito antigo no mundo.”[12] O professor de Direito John Warwick Montgomery afirmou que “ser cético em relação ao texto resultante dos livros do Novo Testamento é permitir que toda a antiguidade clássica deslize para a obscuridade, já que nenhum documento do período antigo é tão bem confirmado bibliograficamente como o Novo Testamento.”[13]
 
          A questão é: Se os registros do Novo Testamento foram feitos e circulados tão próximos aos eventos reais, é muito mais provável que o seu retrato de Jesus seja preciso. Mas a evidência externa não é a única forma de responder à dúvida sobre a confiabilidade; estudiosos também usam a evidência interna para responder a essa pergunta.
 

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