quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Débora: a Mulher Juiza

 Débora

Desperta, Débora, E Voluntariamente Serve Ao Senhor.
(Seu nome significa “abelha do mel”)


SEU CARÁTER: Sua visão de mundo não era moldada pela situação política da sua época, mas por seu relacionamento com Deus. Embora as mulheres do mundo antigo geralmente não se tornassem líderes políticos, Débora foi justamente a líder de que Israel precisava – uma profetisa que ouvia a Deus e que cria nEle, cuja coragem estimulava o povo, capacitando-o a libertar-se da opressão estrangeira.

SEU SOFRIMENTO: Seu povo caíra em desespero por causa da idolatria, esquecendo-se das promessas de Deus e da fé que seus ancestrais possuíam.

SUA ALEGRIA: O fato de Deus ter revertido a força do inimigo em sua liderança dando poder aos fracos e abençoando a terra com paz durante quarenta anos.

TEXTOS-CHAVE: Juizes 4-5

SUA HISTÓRIA

          Jericó, porta de entrada para Canaã, jazia em ruínas havia duzentos anos. A partir dela, os israelitas varreram o país como uma tempestade de gafanhotos, devorando tudo em seu caminho. Os povos nativos, porém, haviam conseguido sobreviver e, como ervas daninhas bem arraigadas, sua idolatria começou a difundir-se até estrangular a fé israelita. Raabe e Josué eram, agora, apenas pálidas memórias, e os escravos transformados em heróis voltaram à situação de vítimas, oprimidos durante vinte anos por uma coalizão de governantes cananeus, cujo principal guerreiro era Sísera. Seus novecentos carros de ferro aterrorizavam o povo israelita mal armado, ameaçando varrê-los com força invencível. Não é de admirar que ninguém os desafiasse.

          Sísera deve ter se sentido arrogantemente seguro, em particular pelo fato de Israel ser, então, liderado por uma mulher. Mas seus cálculos militares deixaram de levar em conta uma variável importante: o poder estratégico da fé possuída por aquela mulher. Débora era uma profetisa que julgava o povo debaixo de uma palmeira, vários quilômetros a noroeste de Jericó. Embora grande parte de Israel estivesse dividida e abatida, ela não se deixou abater pelo desânimo. Como poderia esquecer a fidelidade de Deus morando tão perto da Jericó vencida?

          Mandou chamar Baraque, um judeu do norte e lhe disse claramente:
- Porventura, o Senhor, Deus de Israel, não deu ordem dizendo: Vai, e leva gente ao monte Tabor, e toma contigo dez mil homens dos filhos de Naftali e dos filhos de Zebulom? E farei ir a ti para o ribeiro Quison, a Sísera, comandante do exército de Jabim, com os seus carros e as suas tropas, e o darei nas tuas mãos.

          Como todos os outros homens de Israel, Baraque estava com medo de Sísera e recusou-se a obedecer, exceto com uma condição: Débora devia acompanhá-lo. Ela seria o seu talismã no dia da batalha. Ela respondeu:
- Certamente, irei contigo, mas não será tua a honra da investida que empreende; pois às mãos de uma mulher o Senhor entregará a Sísera (Jz 4.4-6,9). Ao ouvir falar da conspiração, Sísera levou suas tropas e carros para o ribeiro Quisom, um leito seco de rio, decidido a esmagar a rebelião. Sua própria força, no entanto, voltou-se contra ele quando a chuva inundou todo o vale. De repente, novecentos carros de ferro tornaram-se uma enorme desvantagem. Por mais furiosamente que os soldados chicoteassem os cavalos para que avançassem, a lama os prendia. Eles se tornaram alvos fáceis para as tropas de Baraque que desciam do Monte Tabor, passando todos os homens, exceto Sísera, ao fio da espada.

           Mais uma vez, Deus ouvira o clamor de seu povo e enviara um libertador – dessa vez uma mulher, cuja fé silenciou as vozes de dúvida e timidez, de modo que o povo pudesse ouvir a Voz que importava. Em seu dia de vitória, Débora e Baraque cantaram este cântico:
“Desde que os chefes se opuseram a frente de Israel, e o povo se ofereceu voluntariamente, bendizei ao Senhor. Ouvi, reis, daí ouvidos, príncipes: eu, eu mesma cantarei ao Senhor; salmodiarei ao Senhor, Deus de Israel[...] Ficaram desertas as aldeias em Israel, repousaram, até que eu, Débora, me levantei, levantei-me por mãe em Israel” (Jz 5.2-3)
De fato, uma mãe levantara-se em Israel, uma mulher cuja fé firme fez nascer a esperança, a liberdade e a paz, que durou quarenta anos. Nunca mais os cananeus uniriam forças contra Israel. Como uma Joana D`Arc da antigüidade, Débora levantou-se e chamou o povo a batalha, tirando-os da idolatria e restaurando sua dignidade como escolhidos de Deus.

SUA VIDA E SUA ÉPOCA

          Mulheres na Liderança. Embora mulheres como líderes fossem raras na sociedade israelita, não deixaram de existir. No período dos juizes, quando Israel achava-se enfraquecido espiritualmente, em desordem civil e oprimido por seus inimigos, Débora enfrentou o desafio. Seu papel de liderança desenvolveu-se, provavelmente, aos poucos, à medida que sua sabedoria par fazer julgamentos veio a tornar-se conhecida. Quando Deus falou a Débora, ela respondeu imediatamente, chamando Baraque para guiar o povo na batalha contra o opressor de vinte anos. A relutância de Baraque em partir sem Débora revelou claramente a falta de uma liderança masculina forte em Israel.

             Débora foi a única mulher a manter a posição de juíza em Israel, mas não era a única profetisa. Várias outras são mencionadas: Miriã (Êx 15.20), Hulda (II Rs 22.14), Noadia (Ne 6.14), Ana (Lc 2.36) e as quatro filhas solteiras do evangelista Filipe (At 21.9). As escrituras descrevem Débora como “Débora, profetisa, mulher de Lapidote”. É curioso que, quando Débora descreveu a si mesma, não usou termos como profetisa, mulher, juiza, general, líder ou qualquer outro denotando influência ou poder, mas descreveu-se como “mãe em Israel”(Jz 5.7). Sua posição era a de mãe não só para seus filhos biológicos, mas também para todos os filhos de Israel. Embora eles tivessem esquecido não só quem eram, mas também a quem serviam, sua mãe, Débora, lembrou-os e guiou-os numa vitoriosa caminhada para a paz.

          Você, talvez, não esteja numa posição influente de autoridade. Mesmo assim, pode ser mãe ao orientar seus filhos e crianças de sua vizinhança na direção certa. Você, talvez, tenha pouco poder em seu trabalho e no cargo que ocupa, mas pode ser mãe para os que a rodeiam e inspirá-los a seguir o caminho da justiça. Sua vida talvez permita pouco tempo ou poucas oportunidades de assumir posições significativas de liderança, mas pode continuar a ser mãe em sua esfera de atuação, seja grande ou pequena, exercendo influência muito maior que a posição humilde em que talvez se encontre. Você pode ser, como Débora, usada por Deus para, na sua esfera de atuação, ser líder para conduzir as pessoas ao caminho da vitória.

SEU LEGADO NAS ESCRITURAS

Leia Juizes 4.1-3
17. Descreva como imagina que teriam sido as condições de uma família de Israel na época desse texto.
18. Como você acha que reagiria a tais condições? Como reagiria a maioria dos israelitas? Será que você faria o mesmo que Débora?

Leia Juizes 4.4-8
19. Do que Baraque tinha medo? Como a companhia de Débora diminuiria esse medo?
20. Qual característica de Débora você gostaria de Ter? O que faria se tivesse essa característica? O que você pode fazer para desenvolvê-la?

Leia Juizes 4.9-10
21. Como você acha que os homens de Israel se sentiram quando a honra da vitória foi dada a Débora e a Jael?
22. Quando uma mulher tem sucesso hoje, quais as reações dos homens a sua volta?

Leia Juizes 5.7
23. Como Débora chama a si mesma nesse versículo? O que isso lhe diz a respeito dela?
24. Que lição para sua vida pode extrair desse versículo?

SUA PROMESSA

          A piedosa Débora tem sido fonte de encorajamento para as mulheres de todos os tempos. Quando uma mulher se sente confinada ou maltratada, insegura quanto ao que é certo ou sobre qual caminho tomar, quando entra em território desconhecido, quando se sente desprezada ou ignorada, recebe segurança e conforto ao lembrar-se de Débora. Aquilo que Débora possuía também está aos eu alcance hoje. Sua sabedoria é revelada nas Escrituras. Sua confiança em Deus é encontrada no relacionamento com Ele. Sua coragem é possível de alcançar ao colocar sua confiança em Deus e em suas promessas. Sua força interior e liderança serena são características da confiança em Deus e não em si mesma. Tudo o que Débora ofereceu a Israel, você também pode oferecer hoje, como exemplo de mulher disposta a ser usada por Deus.

Promessas nas Escrituras

“Ficaram desertas as aldeias em Israel, repousaram, até que eu, Débora, me levantei, levantei-me por mãe em Israel.”(Jz 5.7)

“Uns confiam em carros, outros, em cavalos, nós, porém, nos gloriaremos em o nome do Senhor, nosso Deus”. (Sl 20.7)

“Aquele que andou em trevas, sem nenhuma luz, confie em o nome do Senhor e se firme sobre o seu Deus.” (Is 50.10)


SEU LEGADO DE ORAÇÃO

“Ouvi, reis, daí ouvidos, príncipes: eu, eu mesma cantarei ao Senhor; salmodiarei ao Senhor, Deus de Israel.” (Jz 5.3)

Medite
Juizes 4

Louve a Deus
Por Ele falar claramente ao Seu povo.

Agradeça
Por Deus conceder profetas à Igreja, tanto mulheres como homens.

Confesse
Qualquer coisa que torne você relutante em ouvir a voz de Deus.

Peça a Deus
Que a ajude a discernir a Sua voz.

Eleve o coração
É difícil e até desagradável ouvir duas músicas ao mesmo tempo. Do mesmo modo, é difícil ouvir a voz de Deus ao mesmo tempo que se ouvem vozes de confusão, de desânimo e de condenação. A paz e a confiança de Débora como líder provinham, em parte, de sua habilidade em ouvir Deus claramente. Nesta semana, peça ao Espírito Santo que a ajude a distinguir a voz de Deus de todo o ruído exterior. Peça graça para disciplinar seus pensamentos, a fim de ouvir melhor a Deus. Ao orar, ponha uma música de fundo para lembrá-la de sintonizar a única Voz que vale a pena ouvir.


Oração
Senhor, quero ouvir a tua voz. Ajuda-me a reconhecer e a resistir a todas as vozes falsas que fingem ser a tua. Ajuda-me a distinguir a tua voz de todas as outras. Faze de mim uma mulher que tanto ouve como fala a Tua Palavra. Amém.

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