sexta-feira, 16 de agosto de 2013

A Mulher de Potífar: Infiel e Vingativa



 A mulher de Potifar

Seu caráter:
Esposa de um egípcio próspero e influente, era infiel e vingativa, pronta para mentir a fim de proteger-se e para arruinar um homem inocente.

Seu sofrimento:
Ser rejeitada por um escravo.

Textos-chave:
Gênesis 39

SUA HISTÓRIA


          Não sabemos sequer seu nome. Ela é apenas apresentada como a mulher mimada de um rico oficial egípcio, uma Cleópatra em miniatura, decidida a utilizar seus encantos para seduzir o belo escravo hebreu, José. Aos 17 anos, seus meio-irmãos, filhos de Lia, haviam vendido José como escravo. Filho favorito de Raquel e de Jacó, José parece ter conseguido, involuntariamente, a inimizade dos irmãos , chegando até a relatar um sonho predizendo que ele, o filho mais novo, reinaria um dia sobre eles. Invejosos, os irmãos simularam a morte de José e o venderam desdenhosamente a comerciantes midianitas a caminho do Egito. Ali chegando, Potifar, capitão dos executores do faraó, comprou o jovem escravo e confiou-lhe gradualmente a responsabilidade de cuidado de toda a sua casa. Mesmo no exílio, tudo o que José tocava prosperava, como Potifar sem dúvida logo notou.

           O capitão da guarda não era, porém, o único egípcio impressionado com José. Sua mulher também o notara. Deixando a sutileza de lado, ela tornou claro seu desejo, convidando José para compartilhar seu leito.

            O jovem escravo deve ter surpreendido a rica senhora com sua firme recusa:
- Ele não é mais do que eu nesta casa e nenhuma cousa me vedou, senão a ti, porque és sua mulher: como, pois cometeria eu tamanha maldade e pecaria contra Deus? (Gn 39.9) A partir daquele dia, José fez o possível para evitá-la. Mas não tendo muito mais o que fazer para ocupar seu tempo e atenção, a mulher de Potifar simplesmente aguardou a próxima oportunidade, que apareceu quando José entrou na casa, certo dia, para cumprir seus deveres. A sós com ele, agarrou-o pela capa e sussurrou novamente:
- Venha deitar-se comigo! José, porém, não se deixou convencer e fugiu dela, deixando sua pretensa sedutora sozinha com seu desejo, tendo agarrado, furiosa, a capa dele em seus dedos. Por temer, talvez, que José contasse a Potifar o acontecido, ela não perdeu tempo em acusá-lo de tentativa de estupro. Quando o marido soube disso, perdeu a calma e enviou imediatamente seu servo favorito para a prisão.

          A história de José e de como Deus o abençoou até na cela em que estava preso, capacitando-o a se tornar governante da nação em que entrara como escravo é familiar a todas nós. Mas não temos mais informação alguma sobre a mulher de Potifar. O que aconteceu com ela? O marido suspeitou de sua falsidade? Foi por isso que simplesmente confinou José à prisão, em vez de executá-lo, como tinha todo o direito de fazer? Comparada a José, a mulher de Potifar, protagonista desta história, é uma mulher vazia, cuja alma decaía cada vez mais mediante o poder corrosivo da lascívia e do ódio. Cercada de luxo, ela era espiritualmente pobre. Vazia de Deus, estava cheia de si mesma.


SUA VIDA E SUA ÉPOCA

          A vida no Egito. No mundo antigo, o Egito era considerado o celeiro do mundo. O Rio Nilo transbordava regularmente, depositando umidade e sedimentos que tornavam o solo fértil ao longo de seu vale – lugar perfeito para o crescimento de fartas colheitas. O solo fértil, porém, só era encontrado onde as águas do Nilo chegavam, numa divisão tão pronunciada que era possível ficar, literalmente, com um pé no solo produtivo e outro na areia.

          Sempre que a fome atingia outras regiões do Oriente Médio, os habitantes famintos corriam para buscar alimentos no Egito: “Havia fome naquela terra; desceu, pois Abrão ao Egito, para aí ficar, porquanto era grande a fome na terra” (Gn 12.10). “Sabedor Jacó de que havia mantimento no Egito, disse a seus filhos: Por que estais aí a olhar uns para os outros? E ajuntou: Tenho ouvido que há cereais no Egito; descei até lá e comprai-nos deles, para que vivamos e não morramos” (Gn 42.1-2).
Além de servir como celeiro de alimentos, havia no Egito muitos projetos arquitetônicos impressionantes. Alguns dos faraós construíram tumbas enormes, nas quais eles e suas famílias seriam introduzidos à vida do além. Os egípcios acreditavam que seu corpo era a casa eterna da alma; portanto, adotaram a mumificação a fim de preservar de tal maneira o corpo dos mortos que muitos existem até hoje.

          Os projetos arquitetônicos dos egípcios eram completados a um custo humano tremendo. Os faraós egípcios forçaram os hebreus à escravidão, usando-os para completar seus templos e túmulos. A opressão dos hebreus teve lugar, provavelmente, durante 19º. Dinastia do Egito, sob o faraó Ramsés. Os funcionários daquela época deixaram registros do número de tijolos fabricados a cada dia, assim como as queixas sobre a escassez de palha para os tijolos.  Os templos e tumbas estavam cheios de acessórios de ébano e marfim, de vasos elegantes e de ferramentas de cobre, assim como de jóias de ouro e de ornamentos. Artesãos esculpiam lindas cenas da vida diária nas paredes das tumbas, a fim de prover consolo para quem se achava ali enterrado.

          Como esposa de um oficial egípcio de nível elevado, a mulher de Potifar tinha, provavelmente, uma vida de relativo conforto e prosperidade. Segundo a história de Gênesis 39, a casa e os negócios de Potifar prosperaram por causa da influência de José, e “o Senhor abençoou a casa do egípcio por amor de José; a benção do Senhor estava sobre tudo o que tinham, tanto em casa como no campo” (Gn 39.5). A história da sedução e do desejo é tão antiga quanto o mundo. As escrituras não registram se José achou a mulher de Potifar atraente e desejável. Esse detalhe poderia ser considerado supérfluo, desde que a rejeitou porque “não podia fazer tamanha maldade e pecado contra Deus”. A mulher egípcia, mais velha, e seus desejos oferecem um impressionante pano de fundo para a pureza de José, tornando sua escolha de andar pelo caminho reto ainda mais evidenciada e bela.


SEU LEGADO NAS ESCRITURAS

Leia Gênesis 39.6-7
51. Que traço de caráter faltava na mulher de Potifar? Por que você acha que ela se sentiu atraída por José, além do fato de ele ser “formoso de porte e de aparência?
52. Como a mulher de Potifar, o que você gostaria de ter que não possui? Seria algo que não deve ter? Caso positivo, peça a Deus que a ajude a arrancar isso do seu coração.

Leia Gênesis 39.9
53. Onde você acha que José obteve seu conhecimento do que era certo e errado e sua capacidade para rejeitar o pecado? Como você pensa que seria a vida de José se ele tivesse cedido à mulher de Potifar?
54. Que herança o pecado ou uma rejeição do pecado deixaram em sua vida?

Leia Gênesis 39.10
55. Por que você acha que José evitou o contato com a mulher de Potifar? Contraste como esses dois personagens responderam a tentação.
56. Se uma tentação de certo tipo insiste em entrar na sua vida, como você reage?

Leia Gênesis 39.16-17
57. A história que a mulher de Potifar contou ao marido era apenas uma farsa, uma invenção. Descreva quais deveriam ter sido, em sua opinião, os sentimentos de José ao ouvir essa “história”.
58. Como a mulher de Potifar, você já acusou alguém injustamente? Quais foram as circunstâncias? Como você lidou com o pecado, nesse caso, e corrigiu o erro?

SEU LEGADO DE ORAÇÃO

Cria em mim, ó Deus, um coração puro e renova dentro de mim um espírito inabalável. (Sl 51.10).

Medite
Gênesis 39

Louve a Deus
Por que Ele não só mostra o que é certo, como também nos dá forças para resistir a tentação.

Agradeça
Por Ele nos convidar a desfrutar de um relacionamento íntimo com Ele, em vez dos prazeres vazios que este mundo oferece.

Confesse
Qualquer tendência para envolver-se. Emocional ou fisicamente, num relacionamento extraconjugal ou qualquer tendência para cobiçar o que não lhe pertence.

Peça a Deus
Que ajude você a quebrar o hábito de fantasiar sobre os relacionamentos que desejaria ter.

Eleve o coração
Sabemos o que aconteceu com José depois de ter sido acusado falsamente, mas não sabemos nada sobre a mulher de Potifar. Tire um momento para meditar nas terríveis consequências a que uma pessoa se submete por dar vazão a sua carnalidade. Como um pecado leva a outro, quando a pessoa percebe, ela está envolvida em um tremendo emaranhado de problemas, para os quais, muitas vezes, não resta saída, senão com um sincero arrependimento e a intervenção divina. Rejeite terminantemente essa situação em sua vida e, se você conhece alguém que esteja numa situação semelhante, você poder oferecer-lhe aconselhamento e ajuda.


Oração
“Senhor, não quero que minha alma se alimente de prazeres vazios, ou anseie por algo que pertence a outrem. Em vez disso, aumenta meu desejo por ei servir e cria em mim um coração puro, um coração que acharás irresistivelmente belo.

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