quarta-feira, 14 de agosto de 2013

A Mulher de Ló: Transformou em Estátua de Sal


A Esposa de Ló
Seu caráter:
Era uma mulher rica, talvez mais apegada às coisas boas da vida do que deveria. Embora não haja qualquer indicação de que participasse do pecado de Sodoma, sua história deixa implícito que aprendera a tolerá-lo e que seu coração acabou dividido por causa disso.

Seu sofrimento:
Sua escolha levou-a ao castigo em vez da misericórdia, acabando por fazê-la rejeitar as tentativas de Deus para salvá-la.

Textos-chave:
Gênesis 18.16-19; 29 / Lucas 17.28-33

SUA HISTÓRIA

          A mulher de Ló tinha apenas algumas horas de vida, embora não soubesse disso. Provavelmente, continuava sua rotina diária, como de costume, arrumando a casa, cozinhando e bisbilhotando a vida alheia com as vizinhas, sem suspeitar da tragédia prestes a desabar sobre ela.  Anos antes, ela se casara com o sobrinho de Abraão e o casal enriqueceu; eles possuíam muita terra e gado. Com o passar do tempo, instalaram-se confortavelmente em Sodoma, sentindo-se, ao mesmo tempo, desconfortáveis numa cidade tão perversa a ponto de o céu mandar anjos para investigar as acusações contra ela.

          Ló estava na porta da cidade no momento em que os anjos chegaram. Depois de cumprimentar os estranhos, implorou que passassem a noite em sua casa, com medo do que poderia ocorrer com eles quando escurecesse. A mulher de Ló deve ter também acolhido os estranhos cordialmente, pois a hospitalidade era um costume sagrado no mundo antigo. Então, pouco antes de irem dormir, devem ter ouvido as vozes. A princípio, palavras abafadas; depois gargalhadas estridentes e, finalmente, uma gritaria insuportável provocada por um grupo de homem que cercava a casa.
 
          Vozes ásperas gritavam para que Ló abrisse a porta e entregasse os hóspedes, a fim de que se divertissem com eles.
- Rogo-vos, meus irmãos, que não façais mal – gritou Ló em resposta.
A multidão furiosa queria, porém, satisfazer seus desejos. Ló fez, então, uma proposta de estarrecer:
- Tenho duas filhas, virgens, eu vo-las trarei; tratai-as como vos parecer, porém, nada façais a estes homens, porquanto se acham sob a proteção de meu teto (Gn 19:8). No entanto, os homens de Sodoma recusaram-se a aceitar um “não como resposta e correram para a porta, tentando arrombá-la.
Os anjos, subitamente, estenderam a mão,. Fizeram Ló entrar e fecharam a portar, deixando os que estavam fora cegos.
 
          Os anjos perguntaram em seguida a Ló:
- Tens aqui alguém mais dos teus? Genro, e teus filhos e tuas filhas, todos quantos tens na cidade, faze-os sair deste lugar; pois vamos destruir este lugar (Gn 19.12-13a). Os genros de Ló pensarem que ele estava brincando e recusaram-se a partir. De madrugada, os anjos insistiram novamente com Ló para que se apressasse, a fim de que ele, a mulher, e as filhas não morressem com o resto da cidade. Mesmo assim, a família hesitou, até que os anjos agarraram a todos pela não e os arrastaram, insistindo:
- Livra-te, salva a tua vida; não olhes para trás, nem pares em toda a campina; foge para o monte, para que não pereças (Gn 19:17).

          Quando Ló e sua família chegaram à pequena cidade de Zoar, o sol havia surgido sobre a terra e tudo em Sodoma achava-se envolto em fogo e enxofre. Homens, mulheres, crianças e rebanhos, tudo foi aniquilado. Um terrível juízo sobre o pecado. Mas o juízo foi ainda pior do que Ló ou suas filhas compreenderam a princípio. Salvos, finalmente, devem ter olhado uns para os outros, aliviados por estarem todos bem. De repente, voltaram-se, espantados, percebendo que faltava um deles. Devem ter procurado, esperado com todas a forças, até que finalmente viram a silhueta branca de uma coluna de sal contra o céu, um monumento solitário na forma de uma mulher olhando para Sodoma.

          Se você já viu fotos da antiga cidade de Pompéia, destruída pela erupção do Monte Vesúvio em 70 dC, na qual formas humanas foram preservadas até hoje pelo rio de larva que as matou onde estavam, pode imaginar o desastre que sobreveio à mulher de Ló. Por que ela se voltou e olhou para trás, apesar do aviso do anjo? Seu coração continuaria apegado a tudo que deixara na cidade – uma vida confortável, despreocupada e prazerosa? Teria familiares presos ali? Ou apenas se deixou fascinar pelo trágico espetáculo que acontecia atrás dela? É possível que todas estas coisas combinadas fossem o motivo de seus passos ficarem mais lentos, de sua cabeça voltar-se e de seu corpo ser surpreendido pelo castigo do qual Deus queria poupá-la – ela preferiu o juízo em vez da misericórdia.

          Jesus advertiu seus seguidores para se lembrarem da mulher de Ló: “assim será no dia em que o Filho do Homem se manifestar. Naquele dia, quem estiver no eirado e tiver os seus bens em casa não desça para tirá-los; e de igual modo quem estiver no campo não volte para trás. Lembrai-vos da mulher de Ló. Quem quiser preservar a sua vida perde-la-á; e quem a perder de fato a salvará” (Lc 17:30-33). Palavras severas lembrando uma história trágica, com o propósito de nos desviar das ilusões traiçoeiras da perversidade e de nos lançar em segurança nos braços da misericórdia.


SUA VIDA E SUA ÉPOCA

          Sal. A história da mulher de Ló é bem triste, não é? Ela é menos lembrada pelo que foi – esposa, mãe, filha, irmã – do que pelo eu se tornou – uma estátua de sal. Apenas um olhar irresistível, mas proibido, para trás, a fim de ver o que estava acontecendo e virou sal! Um produto químico dos mais comuns usados no mundo todo.

          A Palestina possuía ricos depósitos de sal, que justificavam lugares com nomes como Mar Salgado (também conhecido como Mar Morto), Vale do Sal e Cidade do Sal. Os romanos, provavelmente, consideravam Israel uma conquista valiosa apenas por causa do sal disponível ali. Os hebreus usavam o sal para temperar a comida: “Comer-se-á sem sal o que é insípido?” (Jó 6:6). As mulheres hebréias esfregavam as crianças recém-nascidas com sal ou as lavavam com ele: “No dia em que nasceste, não te foi cortado o umbigo, nem foste lavada com água para te limpar, nem esfregada com sal, nem envolta em faixas” (Ez 16.4). O sal era um acompanhamento necessário para qualquer sacrifício de cereais do Antigo Testamento: “Toda oferta dos teus manjares temperarás com sal” (Lv 2:13).

          A palavra sal é usada apenas seis vezes no Novo Testamento, todas elas simbólicas. Jesus nos lembrou de que, como cristãos, somos o sal da terra (Mt 5.13; Mc 9.50; Lc 14.34). Nossas atitudes e atos são capazes tanto de purificar como de temperar nosso ambiente. Quando respondemos amavelmente a alguém que não é delicado, temperamos nosso mundo com sal. Quando tratamos com bondade uma criança irritada, temperamos nosso lar com sal. Quando consolamos os que sofrem e os solitários, quando encorajamos os desanimados ou acalmamos os perturbados, temperamos nosso mundo com sal. Como seguidoras de Cristo, somos saleiros (espero que saleiros cheios!), ocupadas em salpicar nosso mundo com o sal que dá sabor à vida.


SEU LEGADO NAS ESCRITURAS

Leia Gênesis 19.1-3
11. Ló convidou aqueles homens para sua casa sem sequer consultar a esposa. Que tipo de lar você acha que a mulher de Ló formara com o marido e as filhas ?
12. Como você reage quando alguém em sua casa convida um hóspede inesperadamente? Você é amável? Estressada? Hostil?

Leia Gênesis 19.4-8
13. O que você acha da sugestão feita por Ló de dar as filhas aos que tentavam invadir sua casa, em vez dos hóspedes? Em sua opinião, que reação a mulher de Ló teve?
14. Por que Ló fez esta proposta? Tenha em mente que, segundo a cultura daquele tempo, ao abrir a casa a hospedes, ele garantia não só o conforto, como também segurança a eles.
15. Você acha que a época em que vivemos é mais ou mesmo degenerada do que a registrada aqui? Por quê?

Leia Gênesis 19.15-16
16. Por que você acha que Ló hesitou? O que ele estaria pensando?
17. Você já hesitou em fazer algo que sabia ser da vontade de Deus? Por quê? O que aconteceu?

Leia Gênesis 19.17,26
18. Embora advertida para não olhar para trás, a mulher de Ló não conseguir resistir e fez isso. Por que você acha que ela fez isso? Estava triste? Com medo? Curiosa?
19. Na atitude da mulher de Ló podemos ver nossas próprias reações quando lamentamos decisões erradas, ficamos tristes por causa de oportunidades perdidas, desejamos a restauração de relacionamentos rompidos. Ao olhar para trás, não somos capazes de ver o que está à nossa frente. Talvez não nos transformemos em estátuas de sal, mas acabaremos atoladas em algum lugar. Você passa muito tempo olhando para trás? O que fazer para deixar o passado de lado, desfrutar o presente e planejar o futuro?


SUA PROMESSA

          Deus prometera a Abraão que pouparia a cidade de Sodoma, se pudesse encontrar apenas dez justos nela, mas nem dez puderam ser achados ali. Assim, Deus enviou seus anjos a Sodoma para resgatar Ló e sua família (Gn 18) da iminente destruição. Como todos ficaram hesitantes até o último minuto, os anjos tiveram de tomar Ló, sua mulher e suas duas filhas pela mão e arrastá-los para fora da cidade. Deus sabia que Abraão estava pensando em Ló quando suplicou que as cidades fossem poupadas mesmo que só cinqüenta, quarenta, trinta, vinte ou dez justos fossem encontrados? A misericórdia de Deus foi estendida a Ló por amor a ele ou por amor a Abraão? Não sabemos. O que a Bíblia diz é que a misericórdia divina foi concedida a Ló e a sua família,. Essa misericórdia está também à sua disposição, mesmo nas piores ocasiões, nas situações mais difíceis, nas circunstâncias mais adversas. Deus está ali, estendendo a mão para levá-la a um lugar seguro.


Promessas nas Escrituras

[...] “pegaram-no os homens pela mão, a ele, a sua mulher e as duas filhas, sendo-lhe o Senhor misericordioso, e o tiraram, e o puseram fora da cidade”. (Gn19.16)

[...] “o Senhor se aparte do ardor da sua ira, e te faça misericórdia, e tenha piedade de ti.” (Dt13.17)

[...] “e não farei cair a minha ira sobre ti, porque eu sou compassivo, diz o Senhor, e não manterei para sempre a minha ira.” (Jr 3.12)


SEU LEGADO DE ORAÇÃO

“Como, porém, [Ló] se demorasse, pegaram-no os homens pela mão, a ele, a sua mulher e as duas filhas, sendo-lhe o Senhor misericordioso, e o tiraram, e o puseram fora da cidade. Havendo-os levado fora, disse um deles: Livra-te salva a tua vida; não olhes para trás, nem pares em toda a campina; foge para o monte, para que não pereças.” (Gn 19:16-17)

Medite
Gênesis 19.1-26

Louve a Deus
Porque embora odeie o pecado, Ele ama a misericórdia.

Agradeça
Pela maneira como Deus mostrou misericórdia a você e aos membros de sua família.

Confesse
Qualquer tendência para ignorar a voz de Deus por preferir fazer a sua própria vontade.

Peça a Deus
Que a graça nunca deixe de fluir em sua vida por causa de seu apego ao pecado.

Eleve o coração
Numa sociedade como a nossa, é raro encontrar alguém que não seja apegado ao conforto. Examine seu nível de apego, ficando uma semana longe da televisão, de jornais, de revistas, de catálogos de compras e de shopping centers. Em vez disso, separe um tempo e um lugar em sua casa para passá-lo em oração e em louvor diante de Deus. Peça ao Senhor que revele quaisquer vícios ou dureza de coração que possam ter-se desenvolvido em seu espírito. Diga a Ele que deseja ser uma mulher livre e flexível para responder-lhe pronta e rapidamente.


Oração
“Senhor, tu me chamas para viver no mundo sem aceitar o estilo de vida do mundo. Ajuda-me a viver de modo a preservar a minha liberdade para seguir-te onde quer que me levares e da forma com que me conduzires. Se eu deixar para trás um monumento, que seja ele um memorial de fé, jamais de insensatez. Amém.”

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