domingo, 25 de agosto de 2013

Culto Cristocêntrico x Culto Antropocêntrico


Culto Cristocêntrico x Antropocêntrico

Porque dele, e por ele, e para ele são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém! Romanos 11.36 
 
          A própria definição de culto pressupõe que devemos nos reunir para adorar a Deus, louvá-lo, cantar louvores ao seu nome, humilhando-nos e nos convertendo diante dEle, e o Senhor, em decorrência disso, nos abençoa.
 
          Mas, como estão os chamados cultos hoje? Qual é a primeira pergunta que o dirigente do culto (culto?) faz a todos? “Quantos aqui vieram buscar a sua bênção?” Ora, o nosso propósito principal é buscar a nossa bênção, ou adorar a Deus na beleza de sua santidade?
 
          Bem, nesta série proponho uma reflexão acerca dos nossos cultos. O meu desejo é que você, prezado internauta, ao ler esses artigos reflita se os seus cultos individual e coletivo (em sua igreja) são cristocêntricos, isto é, têm o Senhor Jesus como o centro de tudo, ou antropocêntricos (gr. anthropos = homem), voltados aos interesses do ser humano.
 
 
 
 

COMO TÊM SIDO OS “CULTOS” HOJE? O G-12 É MESMO UM BOM MODELO PARA NÓS?

          Nesses últimos dias, em que muitos cultos transformaram-se em reuniões para agradar, elogiar e “abençoar” o ser humano, além de melhorar a sua auto-estima, as mensagens cristocêntricas tendem a perder o sentido. Tornam-se cada vez mais raros os mensageiros da cruz de Cristo.


           Para muitos crentes, como já vimos em outras postagens, Deus é uma espécie de “Papai Noel”, que entra nos templos com um grande saco de presentes nas costas e começa a distribuí-los aos que têm fé. Os anjos podem ser comparados aos elfos — pequenos auxiliares do “bom velhinho”, que o ajudam a distribuir “brinquedos” para os “meninos”. Esse evangelho antropocêntrico — do grego anthropos, “homem” — que vem sendo propagado por algumas igrejas e pregadores que se distanciam a cada dia das Escrituras tem a sua origem no antropocentrismo, doutrina filosófica pela qual se afirma que o ser humano é o centro do Universo, a referência máxima e absoluta de valores, o protagonista, o centro das atenções.
 
          No meio evangélico, tal filosofia tem sido adaptada e respaldada por passagens bíblicas isoladas. Segundo esse evangelho triunfalista, Jesus teria sido apenas um grande homem que venceu pela fé, e não o verdadeiro Deus encarnado (cf. Jo 1.14). Os propagadores desse “outro evangelho” defendem uma deificação do homem, ensinamento que enfatiza — ainda que de modo tácito — o rebaixamento de Deus e a desvalorização da obra expiatória de Cristo.

O G-12 É TREMENDO?
 
         Muitas igrejas têm adotado a “visão celular”, também chamada de Movimento G-12, embora nem todas sigam a numerologia ou a mística associada ao número doze (doze apóstolos, doze tribos, etc.), preferindo adotar grupos celulares de dez, quatorze ou até quinze membros. Tal estratégia vem sendo apresentada, sem nenhuma modéstia, como o mais eficaz meio de conquistar almas perdidas.
 
          Os defensores do G-12 — principais propagadores do evangelho antropocêntrico — afirmam que imitam a igreja primitiva. Para eles, essa estratégia é uma revolução, uma quebra de paradigmas e, ao mesmo tempo, um retorno aos princípios da igreja de Atos dos Apóstolos. Não se trata, pois, de mais um programa; é, modéstia à parte, o programa da igreja. Alguns líderes, principalmente os de jovens, afirmam que não seguem padrões éticos, dogmáticos, eclesiásticos de pessoas maduras na fé, experientes ou tradicionalmente respeitáveis. Preferem valorizar as “ministrações específicas” em pré-encontros, encontros, pós-encontros, encontros de líderes, etc.
 
          Ninguém está autorizado a descrever o que acontece nessas reuniões secretas. Mas todos concordam: “É tremendo”. As igrejas em células têm os seus próprios cursos e conteúdos pedagógicos. Não investem na Escola
Dominical; consideram-na ultrapassada, uma instituição falida. Dizem, sem nenhuma cerimônia, que as igrejas tradicionais ou conservadoras seguem padrões arcaicos e “comem pão amanhecido, seco e duro”.
 
          Desprezam e reprovam a liturgia tradicional das igrejas que não seguem o modelo celular.
 
          Na prática, embora não admitam, os propagadores dessa “visão” têm oferecido aos crentes vários atrativos do mundo, mas dentro de um contexto “evangélico”. Sua estratégia principal é a “contextualização”. Tudo é feito para agradar as pessoas, uma vez que o objetivo é o crescimento numérico, e não a formação de crentes segundo a Palavra de Deus.
 
          Prevalecem doutrinas triunfalistas, como a confissão positiva, a maldição hereditária e a teologia da prosperidade. Tudo gira em torno das células, reuniões realizadas somente em casas de pessoas evangélicas. Há cultos no templo, mas nenhuma reunião é mais importante que as células, definidas como “a essência da vida da igreja”. Nessas reuniões, ocorre a chamada “oração profética”, recheada com palavras de ordem ao Diabo: “ordenamos”, “quebramos”, “maniatamos”, etc. Há também espaço para manifestações estranhas, como o “cair no poder” — até as crianças caem.

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