sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Voar nas Asas da Águia! Explicando a Crise Interior, a Rejeição, o Abandono! Explicando a Vitória! O vôo mais alto!



NAS ASAS DA ÁGUIA 
 
"Como a águia desperta o seu ninho, adeja sobre os seus filhos e, estendendo as suas asas, toma-os, e os leva sobre as suas asas, assim só o Senhor o guiou, e não havia com ele deus estranho".
Deuteronômio 32:10,11.
 
          O texto acima é parte do cântico que Moisés cantou antes de morrer; foi seu último cântico e foi proferido no limiar da terra prometida. Israel tinha chegado bem próximo à Canaã, sem contudo possuí-la.
 
          Moisés não chegou a entrar na terra, somente a avistou de longe. E numa verdadeira retrospectiva, ele olha para trás e fala da forma que Deus os havia conduzido desde que deixaram o Egito. E a ilustração natural que ele encontrou para resumir o que espiritualmente lhes ocorrera foi a da águia em seu vôo de adejamento. A ação de Deus em prol de seu povo foi por ele comparada com o a águia que leva seus filhotes em suas asas. 
 
          Primeiramente precisamos entender a ilustração natural para então entendermos o significado espiritual da afirmação deste profeta do Senhor. Os escritores da Bíblia tomavam exemplos das coisas que eles conheciam muito e bem e que dispensavam explicações aos que viviam dentro de seu contexto.
 
          Mas no tocante a nós, a compreensão não vem assim tão rápida! Eu nunca vi uma águia de perto, só em fotos e filmes; não entendo nada de águias, de modo que quando leio um texto bíblico dizendo: "como a águia"... isto não me diz nada. Mas um dia resolvi entender o comportamento da águia, e o que significa voar nas asas dela. O que descobri me tocou profundamente, pois pude ver esta verdade natural como um paralelo do agir de Deus em nossas vidas. 
 
          Lembre que Moisés estava olhando para trás e repassando a forma como Deus tinha agido para com eles quando deu esta ilustração, o que nos faz perceber que o Espírito Santo permitiu-lhe ver algo concernente ao agir de Deus. O Senhor age mediante seus princípios, e como eles não mudam, seu agir também não. O que Moisés viu, na verdade é um princípio para nós hoje também. Não se trata apenas de história, de algo do passado, mas sim de um princípio que se encaixa perfeitamente em nosso viver cristão. 
 
          Quem é que voa na asa da águia? Seus filhotes. Quando? Na hora em que precisam aprender a voar, a mãe águia os tira do ninho com sua asa e os leva para um passeio; lá pelo meio do passeio ela sacode a asa e joga o filhotinho para o alto, que no susto, no desespero, começa a bater suas asas, e é assim que aprende a voar. Geralmente o filhotinho não consegue voar no primeiro susto e despenca em direção ao solo; nestas ocasiões a águia mãe dá um vôo rasante e vai buscá-lo; leva-o de volta ao ninho e tempos depois vai repetir o processo até que ele aprenda a voar. 
 
          Este vôo nas asas da águia não é panorâmico, é um momento quando a maturidade é imposta. Trata-se de um tempo de amadurecimento, onde o filhote deixa de ser totalmente dependente e terá que ganhar sua própria vida. Logo, ao referir-se a Deus levando seu povo nas asas da águia, Moisés não falava de um vôo panorâmico, mas de um tempo onde o Senhor estava exigindo deles a maturidade. Até então Deus tinha feito tudo pelo povo, mas agora eles haviam chegado a um ponto onde teriam que crescer. Querendo ou não teriam mesmo que crescer! 
 
          Deus agiu assim com Israel e age assim conosco. Esta é uma crise pela qual cada cristão passa, sem distinção. Esta não é uma hora agradável. Ninguém gosta de deixar o ninho. Para que sair atrás de comida se no ninho só se precisa abrir a boca para comer o que a águia mãe traz? Eu não exageraria a ponto de dizer que é traumático mas, certamente, é um choque. Você sempre teve tudo à mão e de repente tem que se virar! O fácil ao qual estávamos acostumados se vai, e repentinamente tudo fica difícil; a princípio, não penso que alguém consiga ver tudo isto com alegria, pois é um momento de crise interior. Reflete abandono, rejeição. 
 
          Se Deus sempre fez tudo por nós, porque deixar de fazer? Não vemos isto com bons olhos até entendermos o que de fato está acontecendo. A verdade é que muitos cristãos não chegam a entender isto nunca! Culpam a Deus achando que Ele os rejeitou e acabam não crescendo nunca. Tomam o susto e mesmo assim não voam. Voltam ao ninho e o processo se repete; e como nunca voam, suas vidas tornam-se aquela mesmice de ficar sendo jogados para o alto, ter o frio na barriga, despencar precipício abaixo até que o Senhor os salve e recolha ao ninho. E depois tudo de novo... 
 
          A águia não é considerada uma mãe desnaturada por fazer isto com seus filhotes, pois sabemos que o que ela faz é benéfico, importante e indispensável. Só que quando o Pai Celeste age assim conosco, não entendemos e o acusamos. Esta crise de aparente abandono e rejeição é inevitável; é parte integrante da vida cristã. Se ainda não aconteceu com você, vai acontecer, é questão de tempo. É o amor de Deus operando com psicologia de águia. Se você já passou por isso, é importante que você entenda o que aconteceu, pois muitos cristãos ficam magoados com Deus e acabam interpretando errado os fatos, o que lhes impede de crescer e implica na repetição do processo. Caso ainda não tenha passado por isso, é importante que saiba o que de fato estará acontecendo nesta hora. Assim você não vai se desesperar e nem tampouco culpar a Deus. 
 
 
DEIXANDO A MENINICE 
 
          Precisamos crescer! A Bíblia fala do crescimento espiritual num perfeito paralelo com o crescimento natural. Menciona as criancinhas que precisam de leite e o adulto que come alimento sólido. Não há como ignorar o crescimento pois ele faz parte da vida.
 
          O apóstolo Paulo declarou: "Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, pensava como menino; quando cheguei a ser homem, desisti das coisas próprias de menino." (I Co.13:11). Quando somos crianças, comportamo-nos como tal, e as outras pessoas também nos tratam assim; mas ao crescermos, não somente temos que deixar de agir como crianças, mas as pessoas à nossa volta, e em especial os pais, também têm que deixar de nos tratar como crianças. 
 
         Não se pode permanecer na infância para sempre, nem naturalmente e nem espiritualmente. Temos que deixar de ser crianças birrentas e aceitar nosso crescimento. Como inicialmente ele aparenta abandono, acabamos por não dar as boas vindas à ele mas, depois, somos gratos por termos amadurecido.
 
 
O QUÊ MUDOU PARA ISRAEL 
 
          Basicamente, a diferença no agir de Deus para com os israelitas entre a fase de voarem nas asas da águia, e a fase do amadurecimento "forçado" ao entrarem em Canaã, são quatro:
1) alimento especial - o maná;
2) proteção especial - vestes e sapatos sempre novos;
3) direção especial - coluna de nuvem e de fogo;
·  ausência de guerra - Deus os desviou do caminho da Filistia exatamente por isso, para não verem a guerra. 
 
          Em cada uma destas áreas o povo israelita provou mudanças drásticas. Foi como se o Deus que eles conheceram passasse por uma grande mudança! Sabemos que Deus não muda, n'Ele não há mudança e nem sombra de variação; entretanto, como esta fase de amadurecimento vem revelando um aspecto do agir de Deus que até então não conhecíamos, acaba por parecer que Ele mudou. Só que a verdade é que chegou o tempo em que nós devemos mudar, e se não levarmos um "empurrãozinho" neste sentido, ficaremos eternamente acomodados.

 

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