terça-feira, 27 de agosto de 2013

Visões, Sonhos e Revelações de Deus



 

Deus fala ....
 
          A sagrada Escritura ensina que Yahweh ou Aquele que é, o Eu sou que é o Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó, e que é o Deus e Pai do nosso Senhor Jesus Cristo, é um Deus que fala ao homem também mediante sonhos, visões e com uma voz audível sem o auxílio de sonhos e visões. A Sagrada Escritura, de facto, no seu interior contém muitos sonhos e muitas visões dados por Deus a muitos na antiguidade, como também muitos casos em que Deus falou fazendo ouvir uma voz. Quando digo na antiguidade refiro-me quer ao período antes da vinda de Cristo (para nos entendermos aquele que começou desde a criação de Adão até ao nascimento de Cristo), quer ao período durante o qual Cristo viveu sobre a terra e àquele após a vinda de Cristo que no que concerne à Escritura chega aproximadamente ao ano 90 quando João em visão viu e ouviu todas aquelas coisas que pôs por escrito no livro do Apocalipse.
          Expliquemos agora o que é um sonho e o que é uma visão, e em que consiste uma revelação, e algumas das circunstâncias em que Deus as deu na antiguidade (o período de tempo que vai desde a criação a aproximadamente o ano 90 depois de Cristo).
 
Os sonhos 
 
          Um sonho divino é um sonho que Deus dá em algumas circunstâncias ao homem enquanto este dorme. Sendo um sonho só se pode portanto receber enquanto se dorme. Não existem ‘sonhos de olhos abertos’, isto é, enquanto se está acordado. Enquanto se está acordado, como veremos a seguir, se podem receber somente visões; ou, quando Deus quer, pode-se ouvir uma voz divina falar de maneira audível sem porém ver nada, como acontecia frequentemente aos antigos profetas de Deus que ouviam a voz de Deus falar-lhes enquanto estavam plenamente acordados e sem nenhuma visão. Neste caso nos encontramos perante uma revelação. Quero todavia precisar que com base na Escritura uma revelação pode-se receber também em sonho ou em visão.
          Voltemos aos sonhos, todo o ser humano sonha quando dorme, e entre os sonhos que tem podem haver alguns que são de Deus, digo que podem haver porque obviamente isso depende de Deus. Isto vale tanto no caso dos crentes como dos incrédulos.
          Abrão caiu num profundo sono durante o qual Deus lhe preanunciou que os seus descendentes habitariam como estrangeiros numa terra alheia, e ali seriam escravos por quatrocentos anos, e depois Deus julgaria aquela nação de que seriam escravos e eles partiriam dela com grandes riquezas (cfr. Gen. 15:12-16).
          Deus veio de noite num sonho ao rei Abimeleque para dizer-lhe que a mulher que tinha tomado, ou seja, Sara, tinha marido e por isso a devia restituir a Abraão, e que no caso de não a restituir ele morreria com toda a sua casa (cfr. Gen. 20:1-7).
          Jacó teve um sonho enquanto ia em direção a Harã, em que viu uma escada apoiada na terra, cujo topo chegava ao céu, e os anjos de Deus que subiam e desciam pela escada, e depois Deus também lhe falou (cfr. Gen. 28:10-22).
          Jacó enquanto servia Labão teve um sonho em que Deus lhe mostrou como tinha visto tudo aquilo que Labão lhe fazia, e lhe ordenou que voltasse para a sua terra natal (cfr. Gen. 31:10-13).
          Deus veio num sonho a Labão, enquanto este seguia atrás de Jacó, e disse-lhe que não falasse a Jacó nem bem nem mal. (cfr. Gen. 31:22-25).
          José, filho de Jacó, teve sonhos em que Deus lhe preanunciou que os seus irmãos se prostrariam um dia diante dele (cfr. Gen. 37:5-11).
          Enquanto José estava na prisão no Egipto, o chefe dos copeiros e o chefe dos padeiros que tinham sido postos no cárcere onde José estava preso por terem ofendido Faraó, tiveram ambos na mesma noite um sonho, um sonho cada um, em que Deus lhes preanunciou o que lhes aconteceria dentro de três dias, estes sonhos foram interpretados por José e as coisas aconteceram conforme a sua interpretação (cfr. Gen. 40:1-22).
          Faraó, enquanto José estava na prisão, teve dois sonhos em que Deus lhe preanunciou sete anos de abundância e sete anos de fome; também neste caso os sonhos foram interpretados por José que Faraó fez sair da prisão para interpretar estes seus sonhos (cfr. Gen. 41:1-36).
          No tempo dos Juízes, mais precisamente no tempo de Gideão, quando este estava para descer contra o arraial de Midiã, Deus lhe disse para descer ao arraial de Midiã e ouvir o que diziam. Ele obedeceu e quando chegou ao arraial ouviu um homem que contava ao seu companheiro um sonho tido na noite em que tinha visto um pão torrado, de cevada rolar sobre o arraial de Midiã, bater na tenda de modo a fazê-la cair, e a virá-la; este pão de cevada, segundo a interpretação dada pelo companheiro, era a espada de Gideão em cujas mãos Deus tinha dado Midiã e todo o arraial. Este sonho foi uma confirmação para Gideão que Deus lhe tinha dado nas mãos o arraial de Midiã e lhe fortaleceu as mãos (cfr. Juízes 7:9-18).
          O rei Salomão teve um sonho em que lhe apareceu Deus e lhe disse para pedir-lhe o que quisesse e Salomão lhe pediu um coração sábio (cfr. 1 Re 3:4-15).
          Nabucodonosor, rei de Babilônia, teve um sonho em que Deus lhe mostrou os reinos que se sucederiam após o seu (cfr. Dan. 2:1-49), este sonho lhe foi interpretado por Daniel. Ainda este rei teve um sonho em que Deus lhe mostrou o juízo que executaria sobre ele por se ter ensoberbecido em seu coração (cfr. Dan. 4:1-37), também neste caso o sonho foi interpretado por Daniel.
          José, o marido de Maria, teve um sonho precisamente quando se preparava para deixar secretamente Maria (porque ela estava grávida), e neste sonho apareceu-lhe um anjo do Senhor que lhe disse para não preocupar-se de tomar por mulher Maria pois o que nela estava gerado era do Espírito Santo (cfr. Mat. 1:18-25).
          Os magos vindos do Oriente, após ter encontrado o menino Jesus e tê-lo adorado, receberam um sonho da parte de Deus em que Deus lhes disse para não tornarem a passar por Herodes (cfr. Mat. 2:12).
          José teve um outro sonho em que um anjo do Senhor lhe disse para fugir para o Egipto com Maria e o menino Jesus e para permanecer ali até que ele não lhe dissesse para voltar para Israel (cfr. Mat. 2:13-15).
          Ainda José, enquanto estava no Egipto, depois que Herodes morreu, recebeu um outro sonho em que um anjo do Senhor ordenou-lhe que voltasse para Israel (cfr. Mat. 2:19-21). E quando voltou a Israel, dado que na Judeia reinava Arquelau em lugar de Herodes, foi divinamente avisado em sonho e foi habitar para a Galileia (cfr. Mat. 2:22-23).
 
As visões 
 
          A visão é uma manifestação divina em que subitamente Deus faz ver e por vezes também ouvir coisas. As visões podem ser noturnas e diurnas, isto é, podem ter-se quer de noite, quer de dia; mais, podem ser recebidas quer de olhos fechados, quer de olhos abertos.
          As visões transcritas na Bíblia são muito mais numerosas do que os sonhos; limitar-me-ei a recordar apenas algumas delas.
         Abrão recebeu uma visão em que Deus lhe falou e lhe disse que a sua recompensa seria grandíssima (cfr. Gen. 15:1-3).
         Moisés teve uma visão em Horebe, em que lhe apareceu o anjo do Senhor que o enviou ao Egipto para libertar o povo de Israel (cfr. Ex. 3:1-22).
          O profeta Isaías viu o Senhor dos Exércitos assentado sobre um alto e sublime trono e por cima dele estavam serafins, e Deus lhe falou e o enviou a profetizar ao seu povo (cfr. Is. 6:1-13).
          O profeta Ezequiel teve visões celestiais em que viu entre outras coisas os querubins e Deus que estava assentado sobre um trono por cima deles, e nas quais Deus lhe falou e o enviou a profetizar contra o seu povo. Em algumas destas visões Deus lhe mostrou em visão também as obras abomináveis que muitos no meio do seu povo faziam (cfr. Ez. cap. 1-8).
          Daniel teve várias visões em que Deus lhe predisse eventos futuros (cfr. Dan. cap. 7,8,9,10).
          Pedro, Tiago e João, enquanto se encontravam no monte santo, tiveram uma visão celestial em que viram Moisés e Elias falar com Jesus que tinha sido transfigurado na sua presença, e também ouviram uma voz do céu (cfr. Mat. 17:1-13).
          Jesus enquanto estava em oração no Getsêmani teve a visão de um santo anjo que lhe apareceu para confortá-lo (cfr. Lucas 22:43).
          Zacarias, o pai de João Baptista, teve uma visão enquanto se encontrava no templo, nesta visão um anjo de Deus lhe preanunciou o nascimento de João (cfr. Lucas 1:5-22).
          Maria, enquanto estava desposada com José, teve uma visão em que lhe apareceu o anjo Gabriel que lhe preanunciou que ela daria à luz um filho que seria chamado Filho do Altíssimo (cfr. Lucas 1:26-38).
          As mulheres que tinham ido ao sepulcro para ir embalsamar Jesus tiveram uma visão de anjos que lhes disseram que Jesus tinha ressuscitado dentre os mortos (cfr. Mat. 28:1-7; Mar. 16:1-7; Lucas 24:1-12).
          Saulo de Tarso, chamado Paulo, enquanto ia para Damasco para prender os santos e levá-los presos para Jerusalém, teve uma visão celestial em que lhe apareceu Jesus Cristo e lhe falou constituindo-o seu ministro (cfr. Actos 9:1-6; 22:6-10; 26:12-19).
          Paulo, enquanto se encontrava cego em Damasco, em oração viu em visão um homem de nome Ananias entrar na casa em que ele estava e impor-lhe as mãos para que recuperasse a vista (cfr. Actos 9:10-16). Ainda Paulo, enquanto orava no templo de Jerusalém, foi arrebatado em êxtase e viu Jesus que lhe falou (cfr. Actos 22:17-21). Paulo durante a segunda viagem missionária, enquanto se encontrava em Trôade, de noite teve uma visão em que um homem macedónio suplicava-lhe que passasse à Macedónia e que os socorresse (cfr. Actos 16:9-10). Paulo em Corinto teve de noite uma visão em que o Senhor lhe falou e lhe disse que não temesse mas que falasse e que não ficasse calado porque ninguém lhe poria as mãos em cima para fazer-lhe mal (Actos 18:9-10). Paulo enquanto se encontrava no navio que o estava levando para Roma teve uma visão de um anjo que lhe falou e lhe disse que não devia temer pois Deus lhe tinha dado todos os que estavam com ele (cfr. Actos 27:21-25).
          Cornélio, que nesse tempo ainda não estava salvo, um dia enquanto orava viu em visão um anjo do Senhor que lhe disse para mandar chamar Pedro que lhe falaria de coisas pelas quais seria salvo ele e a sua casa (cfr. Actos 10:1-8; 11:13-14).
 
A interpretação dos sonhos e das visões 
 
          Existem sonhos e visões dados por Deus que necessitam de ser interpretados para ser compreendidos. Isto é amplamente confirmado pela sagrada Escritura.
          Demos alguns exemplos bíblicos de sonhos que tiveram necessidade de ser interpretados na antiguidade. Os sonhos que José teve sobre os seus irmãos e dos quais os próprios irmãos de José perceberam logo o seu significado quando José lhos contou (cfr. Gen. 37:5-10), os sonhos que tiveram o chefe dos copeiros e o chefe dos padeiros a propósito daquilo que lhes aconteceria três dias depois (cfr. Gen. 40:1-23) e que foram interpretados por José; os sonhos que teve Faraó a propósito dos sete anos de abundância e dos sete anos de fome (cfr. Gen. 41:1-32) que foram interpretados por José; o sonho que teve aquele midianita sobre a iminente vitória de Gideão sobre os Midianitas e que o seu companheiro lhe interpretou (cfr. Juízes 7:13-15); o sonho que teve o rei Nabucodonosor a propósito do juízo de Deus que desceria sobre ele (cfr. Dan. 4:1-27) que lhe foi interpretado por Daniel; o sonho que ainda Nabucodonosor teve sobre os reinos vindouros (cfr. Dan. 2:29-45) e que ainda Daniel lhe interpretou.
          Agora demos exemplos bíblicos de visões que necessitaram de ser interpretadas. A visão dos dois cestos de figos tida pelo profeta Jeremias (cfr. Jer. 24:1-10) cujo significado lhe foi explicado por Deus; a visão do carneiro e do bode tida pelo profeta Daniel (cfr. Dan. 8:1-25) e que lhe foi explicada pelo anjo Gabriel; a visão do castiçal de ouro e das duas oliveiras tida pelo profeta Zacarias (cfr. Zac. 4:1-14) que lhe foi explicada por um anjo do Senhor; a visão do homem macedónio que invocava ajuda tida por Paulo em Trôade (cfr. Actos 16:9-10) de que Paulo e os seus companheiros receberam o entendimento de Deus tendo por certo que ela significava que Deus queria que eles fossem pregar o Evangelho à Macedónia; e a visão do grande lençol cheio de répteis, de quadrúpedes e de aves de toda a espécie tida por Pedro em Jope em que Deus lhe disse para matar e comer (cfr. Actos 10:9-16) e que Pedro compreendeu pouco depois porque quando chegou a casa de Cornélio que era Gentio disse: "Vós bem sabeis que não é lícito a um Judeu ajuntar-se ou chegar-se a estrangeiros; mas Deus mostrou-me que a nenhum homem devo chamar comum ou imundo" (Actos 10:28).
          Como se pode ver, todos estes sonhos e estas visões foram interpretados, e a sua interpretação resultou veraz.
 
As revelações 
 
          Ora, quando Deus dirige a sua palavra a alguém mas não em sonho ou numa visão, mas simplesmente fazendo-lhe ouvir uma voz audível, está-se na presença de uma revelação.
          Alguns exemplos bíblicos são aquele do profeta Elias quando, enquanto se encontrava em Horebe, chegou a ele a voz de Deus que lhe disse: "Que fazes aqui, Elias?" (1 Re 19:13), à qual ele respondeu, e que depois prosseguiu dizendo-lhe que fosse a Damasco para ali ungir Hazael como rei da Síria, e Jeú como rei de Israel, e Eliseu como profeta no seu lugar (cfr. 1 Re 19:15-18).
          Um outro exemplo é o daquele velho profeta de Betel que com uma mentira tinha feito voltar para trás um homem de Deus (fazendo-o desobedecer a Deus) e que enquanto se encontrava a comer à mesa com este último, Deus lhe falou e lhe preanunciou o seu juízo contra o homem de Deus que tinha voltado para trás (cfr. 1 Re 13:20-22).
          Esta manifestação esteve muito presente na vida de Moisés a quem muitas vezes Deus dirigiu a sua palavra, como um homem fala a um outro homem. Estêvão disse que Moisés "recebeu revelações vivas para no-las dar" (Actos 7:38).
          O evangelista Filipe teve uma revelação enquanto se encontrava sobre o caminho que leva de Jerusalém a Gaza; quando viu o eunuco no seu carro, nesse momento o Espírito lhe disse: "Chega-te e ajunta-te a esse carro" (Actos 8:29).
          O apóstolo Pedro teve uma revelação após ter tido aquela visão em êxtase em Jope, em que viu um grande lençol descer do céu em que havia quadrúpedes, répteis da terra, e aves do céu, de toda a espécie, e ouviu uma voz ordenar-lhe que matasse e comesse, e à sua recusa a voz lhe disse para não fazer imundas as coisas que Deus tinha purificado. De facto, enquanto estava a pensar na visão, dado que tinham chegado junto da casa onde ele se encontrava homens enviados por Cornélio (os quais tinham perguntado se Simão sobrenomeado Pedro estava ali hospedado), o Espírito lhe disse: "Eis que três homens te procuram. Levanta-te, pois, desce e vai com eles, nada duvidando; porque eu tos enviei" (Actos 10:19-20).
          Em Antioquia, enquanto Barnabé, Simeão chamado Níger, Lúcio de Cirene, Manaém colaço de Herodes o tetrarca, e Saulo "celebravam o culto do Senhor e jejuavam, disse o Espírito Santo: Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado" (Actos 13:2).
          Paulo diz aos Gálatas: "Depois, passados catorze anos, subi outra vez a Jerusalém com Barnabé, levando também comigo a Tito. E subi devido a uma revelação, e lhes expus o Evangelho que prego entre os Gentios, mas em particular aos que eram mais estimados, para que de algum modo não estivesse correndo ou não tivesse corrido em vão" (Gal. 2:1-2).
 
A palavra de sabedoria, a palavra de ciência, e o discernimento dos espíritos 
 
          Quando se fala de sonhos, visões, e revelações, é necessário também falar destes três dons do Espírito Santo que são os dons de revelação (cfr. 1 Cor. 12:8,10). Isto porquê? Porque estes dons se manifestam com sonhos, visões e também com uma voz ouvida.
          A palavra de sabedoria consiste na revelação de um facto que deve acontecer (o nascimento ou a morte de alguém, o matrimónio de alguém, uma fome, etc.), ou numa ordem dada por Deus a alguém (ir a um certo lugar, fazer uma particular coisa, etc.).
          A palavra de ciência consiste na revelação de um facto já acontecido (uma mentira dita por alguém, um furto praticado por alguém, etc.).
          E o discernimento dos espíritos na revelação da presença de espíritos malignos em alguém ou à volta de alguém ou num certo lugar.
          Quando, pois, o Senhor num sonho ou numa visão ou com uma voz audível prediz um acontecimento particular, nos encontramos perante a revelação de uma palavra de sabedoria. Quando o Senhor revela ainda num sonho ou numa visão ou com uma voz audível algo já acontecido, temos a revelação de uma palavra de ciência. E quando o Senhor faz ver em sonho ou em visão espíritos malignos realizar alguma obra iníqua ou prontos a realizá-la, nos encontramos perante o discernimento dos espíritos.
 
A utilidade dos sonhos, das visões e das revelações  
 
          Deus dá ainda hoje sonhos, visões e revelações, isto é confirmado pela Escritura que diz que nos últimos dias "os vossos velhos terão sonhos, os vossos jovens terão visões" (Joel 2:28), e pela que diz aos santos: "Falem dois ou três profetas, e os outros julguem. Mas, se a outro, que estiver sentado, for revelada alguma coisa, cale-se o primeiro" (1 Cor. 14:29-30). Aliás, se Deus diz que Ele não muda (cfr. Mal. 3:6) não pode ser de outra forma.
          Ora, se em relação aos sonhos, às visões e às revelações escritas na Bíblia que tiveram os antigos e por mim citadas anteriormente, vos fizesse a seguinte pergunta a vós crentes: 'Foram úteis esses sonhos, essas visões e essas revelações, para aqueles a quem Deus os deu?', estou seguro que a resposta seria: 'Certamente!' Bom, então, eu prossigo, se foram úteis naquele tempo para os antigos, certamente os sonhos, as visões, e as revelações de Deus serão úteis também hoje para quem são dados segundo o beneplácito da vontade de Deus. Não vos parece lógico? Seria de facto absurdo dizer que essas manifestações provenientes de Deus foram úteis somente naquele tempo e para certas pessoas, mas hoje já não podem ser úteis para nós.
          Mas refleti um pouco nestas coisas, ponhamos o caso de um crente cometer encobertamente um furto ou um outro pecado e Deus revelar a um outro crente a coisa encoberta e este o admoestar fraternamente a arrepender-se; não pensais vós que o crente que praticou o delito terá de reconhecer que Deus é um Deus que sabe tudo e que dele não se pode escarnecer e será levado a arrepender-se diante de Deus e a confessar o seu delito? E ponhamos o caso de pais perderem o seu filho e, após terem feito todos os possíveis sem encontrá-lo, um dia Deus revelar onde o pequeno se encontra? Não pensais vós que eles ficarão contentes e terão motivo para louvar grandemente a Deus? E ponhamos ainda o caso de uma mulher que não pode ter filhos, e após trinta anos de matrimónio, Deus lhe revelar que ficará grávida e dará à luz um varão; não pensais vós que Deus será glorificado por meio desta revelação? Quem diria que essa mulher daria à luz? Só um Deus que conhece tudo e que pode tudo podia preanunciar uma semelhante coisa. E se Deus revelar que um certo crente foi por ele chamado para ser um apóstolo, ou um profeta, ou um evangelista, ou um pastor ou um doutor? Não pensais vós que a esse crente bem lhe irá disso e será levado a glorificar Deus? E se Deus revelar a um crente que dentro de pouco tempo haverá uma fome quando não há sinais que uma coisa do gênero possa suceder naquela nação, não pensais vós que Deus será glorificado através dela? E quem poderia predizer uma semelhante coisa além de Deus? E a mesma coisa deve ser dita da predição de uma guerra.
          Poderia prosseguir dando muitos outros exemplos, mas espero que vós tenhais percebido que toda a palavra de ciência e toda a palavra de sabedoria são úteis e mediante elas Deus é exaltado e temido. Mas não é porventura verdade que nós lendo as revelações escritas na Bíblia e que dizem respeito a um delito operado encobertamente por alguém que Deus revelou a um seu servo, ou que dizem respeito à predição de uma fome, de uma guerra, de um juízo particular de Deus, do nascimento de uma criança, da chamada ao ministério de alguém, somos levados a exaltar Deus e a temê-lo? Não é porventura verdade que essas revelações exaltam e mostram a ciência, a sabedoria, o poder e a grandeza de Deus?
          Portanto, é justo e por isso normal que um crente deseje ter sonhos, visões celestiais e revelações divinas, porque estas coisas não podem senão ser úteis para ele e para os outros. Ao invés, não é justo e nem é normal que um filho de Deus não deseje minimamente ter um sonho, uma visão ou uma revelação. Direi mais, é muito preocupante que não exista este desejo num crente, porque, como disse antes, uma vez que os dons de palavra de sabedoria, de palavra de ciência, e o discernimento dos espíritos são dons espirituais que se manifestam desta maneira, isso significaria que ele não deseja estes dons espirituais como Paulo ordena fazer conforme está escrito: "Assim também vós, já que estais desejosos de dons espirituais, procurai abundar neles para a edificação da igreja" (1 Cor. 14:12), e também: "Mas desejai ardentemente os maiores dons" (1 Cor. 12:31), e ainda: "Segui o amor, e procurai com zelo os dons espirituais, mas principalmente o de profetizar" (1 Cor. 14:1).
          Mas eu digo: 'Se também estes dons são distribuídos pelo Espírito Santo para o proveito comum, como se pode não desejá-los?'
 
Algumas palavras de advertimento  
 
          Como no mundo acontece que certas coisas de valor são falsificadas por gente sem escrúpulos para podê-las vender ao preço das verdadeiras e assim enriquecer de maneira desonesta; como acontece no mundo que gente desonesta falsifica as notas de dinheiro verdadeiras para poder enriquecer de maneira desonesta; e obviamente todos aqueles que aceitam o seu artigo falsificado ou as suas notas de dinheiro falsificadas, são enganados porque ficam com coisas que não são autênticas nas mãos; digo, como acontece no mundo tudo isto, assim acontece no mundo que o diabo que é mentiroso e pai da mentira, falsifica também ele tanto os sonhos, como as visões, como as revelações, isto é, produz revelações suas para fazê-las aceitar como verdadeiras e assim enganar as pessoas que crêem nelas, sim porque qualquer sonho ou visão ou revelação que procede do diabo engana e não é de nenhuma utilidade. O ladrão, disse Jesus, não vem senão para roubar, matar e destruir (cfr. João 10:10), e como o ladrão é o diabo, certamente ele não pode procurar o bem de ninguém com estas suas mistificações. No mundo abundam as mistificações feitas por Satanás, as religiões orientais estão cheias, a religião católica romana está cheia destas mistificações, como também o Mormonismo, o Judaísmo, etc.
          Mas as mistificações existem também no meio do povo de Deus, nada de novo debaixo do sol para usar uma expressão bíblica, também no tempo de Jeremias haviam falsos profetas que extraviavam o povo de Israel profetizando sonhos falsos, dizendo ter visto coisas que não tinham visto, e de ter ouvido palavras de Deus que este nunca tinha pronunciado (cfr. Jer. 23:9-40). Mas nem por isso, naquele tempo todos os profetas que diziam que Deus lhes tinha falado, mentiam, porque existiam profetas fiéis a Deus, como Jeremias por exemplo, que referiam só aquilo que ouviam ou viam verdadeiramente. Digo isto para fazer perceber que o facto de existir quem invente sonhos, visões e revelações, não significa que não existam aqueles que verdadeiramente tiveram um sonho, uma visão ou uma revelação da parte de Deus.

          Seria como dizer na verdade, se assim fosse, que hoje só existem mentirosos, que já não existem homens que dizem a verdade ao seu próximo; seria como dizer que todos aqueles que dizem ter tido um sonho ou uma visão ou uma revelação da parte de Deus, mentem contra a verdade, estão inchados de vaidade, são mentirosos. Pode-se dizer uma semelhante coisa? Absolutamente não, como não se podia dizer nos dias dos antigos profetas e dos apóstolos, dias em que vos recordo o diabo também então seduzia, também então mistificava, também então procurava o mal das pessoas. Porventura alguém quer sustentar que o diabo nos dias dos profetas, ou dos apóstolos, agia de maneira diferente de agora não mistificando nada do que Deus fazia? Ou porventura  alguém quer sustentar que o diabo naqueles dias era um amigo dos santos e não um seu inimigo? Não creio. Portanto, se também naqueles dias, embora o diabo seduzisse como sempre fez desde o dia em que seduziu Eva com a sua astúcia, haviam aqueles a quem Deus falava verdadeiramente, a quem Deus dava sonhos, visões, e revelações, a mesma coisa tem de ocorrer hoje muito tempo depois.
          Mas vejamos agora como poder discernir os falsos sonhos, as falsas visões e as falsas revelações, porque é preciso que nos guardemos destas mistificações.
          Em primeiro lugar, falemos daqueles sonhos, daquelas visões, e daquelas revelações, que são predições de eventos futuros. Quando uma predição não se cumprir, não foi feita pelo Espírito, foi feita por presunção. Não importa como foi dada, se não se cumprir é falsa. O Senhor disse ao povo de Israel: "E, se disseres no teu coração: Como reconheceremos a palavra que o Senhor não falou? Quando o profeta falar em nome do Senhor e tal palavra não se cumprir, nem suceder assim, esta é a palavra que o Senhor não falou; com presunção a falou o profeta; não o temerás" (Deut. 18:21-22). Em particular queria pôr-vos de sobreaviso contra todas aquelas revelações acerca da vinda do Senhor, que pontualmente aparecem, e que pretendem estabelecer tempos e momentos da sua vinda. Rejeitai-as, são imposturas.
          Falemos agora daqueles sonhos, daquelas visões e daquelas revelações que pretendem consolar e encorajar. Se com elas quem as profere encoraja os pecadores, os rebeldes, os iníquos e os mentirosos, a fazer o mal e a não converter-se do seu mau caminho e seguir a justiça e a verdade, esse sonho ou essa visão deve ser rejeitada porque Deus com a sua palavra não fortalece as mãos dos pecadores para que pratiquem o mal (cfr. Jer. 23:16-22). Ele repreende e censura os rebeldes, e não os lisonjeia de modo algum. O Senhor através de Ezequiel disse aos iníquos: "Convertei-vos, convertei-vos dos vossos maus caminhos! Pois, por que morrereis, ó casa de Israel?" (Ez. 33:11), e não: 'Paz tereis, não virá mal sobre vós!', como pretendiam fazer dizer a Deus os falsos profetas (cfr. Jer. 23:17).
          Agora passemos àqueles sonhos, àquelas visões, e àquelas revelações, que pretendem desvendar um segredo. É evidente que se alguém vem ter comigo e me diz: 'Irmão, Deus me mostrou em visão que tu roubaste dez milhões a Fulano, arrepende-te pois deste teu delito!' quando eu a Fulano nem sequer o conheço, eu não tenho dificuldade em discernir que essa revelação é falsa. Portanto, todo aquele que 'revele' uma mentira, não deve ser ouvido. O nosso Deus não pode mentir, pelo que não pode revelar mentiras (cfr. Tito 1:2). Na Escritura todas as vezes que Deus revelou um delito de alguém a coisa era verdadeira, por exemplo quando Eliseu censurou da parte de Deus o seu servo Geazi por ter aceite dons de Naamã disse a verdade (cfr. 2 Re 5:20-27); e assim também quando Pedro repreendeu Ananias e Safira por ter mentido ao Espírito Santo disse uma coisa verdadeiramente acontecida (cfr. Actos 5:1-11).
          Tratemos agora todos aqueles sonhos, aquelas visões e aquelas revelações que pretendem acrescentar algo à Palavra de Deus, no sentido que dizem que para ser salvo é preciso crer algo mais além do que está escrito na Bíblia, porque esta última não está completa. São mentiras geradas pelo diabo, a Sagrada Escritura na verdade contém tudo o que se deve crer para ser salvo. A salvação obtém-se somente por fé em Jesus Cristo pela graça de Deus. Não existe nenhum outro profeta em que é preciso crer para ser salvo, em que se deve crer além de em Jesus se se quiser escapar à ira vindoura. Jesus Cristo nos livra da ira vindoura, quem crê nele e segue as suas pisadas até ao fim, será salvo. Quando o carcereiro perguntou a Paulo e Silas o que devia fazer para ser salvo foi-lhe respondido com franqueza: "Crê no Senhor Jesus e serás salvo, tu e tua casa" (Actos 16:31), ainda hoje a mesma pergunta tem a mesma resposta. A resposta a dar não mudou. Cuidai de vós mesmos. Se, pois, alguém vem dizer-vos que Deus revelou a Fulano ou a Sicrano a  'plenitude do evangelho' que não está escrita na Bíblia admoestai-o e guardai-vos dele, é um enganador, um falador vão, um falso profeta.
          Por fim vejamos aqueles sonhos, aquelas visões e aquelas revelações que dizem que certos preceitos não se devem mais observar porque estão ultrapassados, ou que outros que foram abolidos devem ser observados. Darei exemplos explicativos. Se um crente vem ter convosco e vos diz que Deus lhe revelou que a mulher pode ser pastor, ele vos quer enganar porque a Escritura não permite à mulher ensinar e portanto ocupar este ofício (cfr. 1 Tim. 2:11-12); como vos quer enganar também quem vos diz que Deus lhe disse que a mulher quando ora ou profetiza não deve mais pôr o véu, e isto porque a mulher transgredindo esta ordem desonra o homem (cfr. 1 Cor. 11:5): vos quer enganar quem vos diz que Deus lhe disse que uma divorciada se pode recasar, e isto porque só a morte dissolve o vínculo matrimonial (cfr. 1 Cor. 7:39); quem vos diz que Deus lhe disse que se pode fornicar, e isto porque está escrito para fugir da fornicação (cfr. 1 Cor. 6:18); e quem vos diz que se podem comer o sangue, as carnes sacrificadas aos ídolos, e as coisas sufocadas, e isto porque estas são coisas de que nos devemos abster para o nosso bem (cfr. Actos 15:28-29). E vos quer enganar também quem vos vem dizer que Deus lhe revelou que devemos observar o sábado, e isto porque o sábado é uma sombra do que devia vir (cfr. Col. 2:16-17); quem vos diz que Deus lhe revelou que não devemos comer carne de porco e isto porque Jesus tornou puros todos os alimentos (cfr. Mar. 7:19); quem vos diz que o matrimónio deve ser evitado porque é danoso e isto porque a Escritura diz que para evitar as fornicações cada homem deve ter a sua mulher, e cada mulher o seu marido (cfr. 1 Cor. 7:2). E poderia prosseguir dando muitos outros exemplos.
           Dizendo isto reiteramos que a Escritura não pode ser anulada por nenhum sonho, por nenhuma visão e por nenhuma revelação e que permanece sempre a autoridade final em matéria de doutrina e de conduta. A ela é preciso fazer sempre referência, ela deve ser sempre examinada para ver se as coisas que são ditas correspondem à verdade.
          Portanto de todos estes sonhos, visões, e revelações, é preciso que nos guardemos, não se deve assimilá-los, mas é preciso confrontá-los com vigor.
          Uma outra coisa que faço questão de dizer-vos é que vos guardeis de todos aqueles crentes que só sabem falar-vos dos falsos sonhos, das falsas visões e das falsas revelações, e nunca vos falam dos sonhos verdadeiros, das visões verdadeiras e das revelações verdadeiras. Isto eles o fazem, e isto o percebereis bem rápido, para desencorajar-vos de buscar os sonhos verdadeiros, as visões verdadeiras e as revelações verdadeiras. Estou de acordo em dizer e em reconhecer que há mistificações neste campo, como podeis ver eu ponho de sobreaviso contra coisas falsas. Sei perfeitamente que estas coisas existem, mas se existem as coisas falsas existem forçosamente as verdadeiras que mal não podem fazer, e por isso estas últimas devem ser procuradas, de outra forma fazemos o jogo do diabo que quer precisamente isto: manter os crentes longe das coisas verdadeiras que vêm de Deus. Atenção, pois, às astúcias do inimigo das vossas almas.
 
A guia de Deus
 
          Por fim quero dizer-vos que nós filhos de Deus para compreender a vontade de Deus para conosco não devemos esperar sempre um sonho ou uma visão ou uma revelação porque Deus não decretou guiar-nos exclusivamente desta maneira. Certamente em alguns casos Deus nos revelará certas coisas desta maneira, mas em muitos, ou melhor, em muitíssimos outros casos ele nos guiará mediante a Sagrada Escritura que é uma luz para o nosso caminho e uma lâmpada para os nossos pés.

         Aquilo que a Palavra de Deus nos ordena o devemos fazer sem discutir e sem pedir uma particular revelação. Por exemplo, se virmos um irmão em necessidade e temos com que ajudá-lo nós devemos ajudá-lo, não precisamos nem de um sonho nem de uma visão para fazê-lo, porque isto no-lo ordena já o Senhor que façamos. Um outro exemplo, se um jovem crente quiser casar, ele não precisa de um sonho ou de uma visão para saber se um crente pode casar com uma rapariga incrédula, porque a sagrada Escritura já diz que isso não se deve fazer. E poderia dar muitíssimos outros exemplos do gênero.
          Deus nos guia mediante o Espírito Santo que está em nós, isto é, induzindo-nos a fazer algo ou impedindo-nos de fazer algo mediante claros impulsos ou freios procedentes do Espírito de Deus; digo claros porque podem-se sentir no nosso íntimo de maneira clara, sempre obviamente que se conduza uma vida pia, justa e santa diante de Deus, porque doutra forma perde-se a sensibilidade espiritual em discernir a guia do Espírito. Esta guia do Espírito obviamente confirma plenamente aquilo que ensina a Escritura e não vai contra ela, mas sobretudo está em harmonia com a vontade de Deus para conosco. Um exemplo bíblico desta guia é aquele que respeita a Paulo e aos seus companheiros durante a sua segunda viagem missionária conforme está escrito: "E, passando pela Frígia e pela província da Galácia, foram impedidos pelo Espírito Santo de anunciar a palavra na Ásia. E, quando chegaram a Mísia, intentavam ir para Bitínia, mas o Espírito de Jesus não lho permitiu" (Actos 16:6-7).
          Uma outra maneira em que Deus nos guia é mediante as circunstâncias que ele cria e muda a seu agrado na nossa vida. Neste caso vimo-nos a encontrar em certas situações e lugares por decreto de Deus, independentemente da nossa vontade. Por vezes, porém, não nos apercebemos logo que essas particulares circunstâncias que se vieram a criar foram ordenadas por Deus para o nosso bem e para guiar-nos numa certa direção por ele querida, ou num lugar por ele querido, uma coisa em todo o caso é certa, mais cedo ou mais tarde o entenderemos de maneira muito clara. Lembrai-vos daquilo que Jesus disse a Pedro: "O que eu faço, tu não o sabes agora; mas depois o entenderás" (João 13:7), porque estas palavras são dirigidas a cada um de nós quando não compreendemos inicialmente um certo fato que nos aconteceu e que parece sem sentido, catastrófico e tudo o mais. Um exemplo evidente desta guia é o de José que após ter sido odiado pelos seus irmãos, foi por eles vendido como escravo, levado para o Egito, depois lá posto injustamente na prisão mas feito sair por Faraó e feito governador do Egito; tudo isto lhe aconteceu para fazer ir ao Egito Jacó e a sua parentela e mantê-los vivos durante a fome, e fazer morar Israel no Egito (cfr. Gen. cap. 37-50). Um outro exemplo é o de Saul que Deus enviou ao profeta Samuel usando-se das jumentas de seu pai fazendo-as dispersar e do servo de Saul que lhe aconselhou ir consultar o profeta Samuel para saber onde estavam as jumentas (cfr. 1 Sam. 9:1-24).
 
Algumas palavras de encorajamento  
 
          Irmão, quem quer que tu sejas, sabe que Deus é um Deus grande para quem não há nada de demasiado difícil, é um Deus que ainda hoje revela os segredos, é um Deus que ainda hoje prediz eventos futuros. Talvez o teu pastor te disse que Deus não age mais assim, te disse uma mentira porque se assim fosse isso significaria que Deus mudou o que não pode ser verdade porque ele disse que não muda (cfr. Mal. 3:6). O teu pastor não conhece as Escrituras nem o poder de Deus, ele erra grandemente.
          Pela minha parte, quero encorajar-te a buscar a face do Senhor, Ele está pronto para falar-te caso necessites receber dele uma particular palavra que ninguém te pode dar.
          Tem plena confiança na promessa de Deus que diz: "Clama a mim, e responder-te-ei, e anunciar-te-ei coisas grandes e impenetráveis, que não sabes" (Jer. 33:3); quem a fez é o Fiel, o Verdadeiro, Aquele que não pode mentir. Leva-o a sério, jamais te desiludirá. Não te estou a dizer para pedir a Deus um sonho ou uma visão para todas as coisas que tu tens que fazer, porque nós crentes somos chamados a andar por fé e não por vista (cfr. 2 Cor. 5:7), mas somente que se necessitares de uma revelação particular numa particular circunstância da tua vida sabe que Deus está pronto e é capaz de te dar. Eu posso dizer-te que o Senhor quando tive necessidade de uma revelação, na sua fidelidade e bondade me deu. E como Deus não faz acepção de pessoas, posso dizer-te que a dará também a ti se te aproximares d`Ele com sinceridade, com um coração puro, e com fé.
Que o Senhor te fortaleça, te ajude, te proteja e te dê aquilo que o teu coração deseja.
 

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