Um texto bíblico que me ajudou a compreender que Deus quer me fazer o bem e nunca me destruir, mesmo no mais intenso período de tratamento, foi o seguinte:
"Não esmagará a cana quebrada, nem apagará a torcida que fumega; em verdade promulgará o direito."
Isaías 42:3.
Nunca havia entendido o termo "não esmagará a cana quebrada" até um dia em que fui com um amigo à sua lavoura. Entramos de caminhonete na plantação de trigo para que ele pudesse avaliar o estado do trigo em diferentes pontos, e percebi que à medida em que avançávamos, deixávamos um trilho, com a marca dos pneus que pareciam esmagar as indefesas plantinhas. Inocentemente eu lhe perguntei se não estava estragando aquela parte da plantação por onde passávamos e ele me disse que não; parou para mostrar que mesmo com o talo quebrado, aquele trigo se levantaria de novo, num verdadeiro processo de regeneração da natureza, e mostrou-me outras áreas onde isto já havia acontecido.
Quando a Bíblia fala da cana, está falando do caule das plantas. Deus está dizendo que mesmo que se quebre, Ele não destruirá a planta por causa disto, mas permitirá que ela seja restaurada e suas rachaduras refeitas. Esta é a mesma mensagem do fogo consumidor. Deus não quer nos destruir quando trata conosco, mas nos aperfeiçoar. Ele sempre quer o nosso bem. Quando estamos "quebrados" em alguma área de nossa vida, o Senhor não vai nos esmagar por não sermos perfeitos, mas vai permitir que a restauração aconteça.
A outra frase do versículo que transmite a mesma mensagem que a primeira, é: "não apagará a torcida que fumega". É uma alusão ao pavio da lâmpada que já não está mais aceso, está se apagando. Novamente a Bíblia declara que mesmo quando não estamos dentro daquilo que Deus planejou que estivéssemos, Ele não vai nos destruir. O Senhor não vai molhar a ponta dos dedos com saliva e apertar o pavio que fumega, como fazemos com uma velinha num bolo de aniversário. Não, Ele não quer nos destruir, quer o nosso bem! Como diz o antigo cântico pentecostal: "Se apagar o pavio que fumega, Jesus assopra e o fogo pega". Aleluia! Jesus jamais apagará o último pavio da esperança!
LUCRANDO NAS PERDAS
Sei que muitas coisas que nos sucedem não parecem ter por trás de si o controle de Deus e nem que vá nos levar a algo melhor. Porém Deus sabe como tratar conosco. As Escrituras Sagradas estão cheias de exemplos de como podemos lucrar em situações de perdas.
Isaque começou a ser abençoado por Deus e prosperar em tudo o que fazia; chegou a plantar em época de fome e colher a cem por um! Tudo parecia bem e abençoado e Ele decidiu abrir os poços que Abraão seu pai havia cavado, mas de repente a calmaria cessou e os homens de Gerar começaram a contender com ele por causa daqueles poços; contudo, isto fez com que ele começasse a cavar outros poços e deixasse de andar só na sombra de seu pai, como fazia até então (Gn.26:12-33).
Isaque é, ao meu ver, a figura menos proeminente de todos os patriarcas. Como herdou tudo do pai, não fez muitas conquistas, como foi o caso de Abraão e também Jacó. Mas este episódio aparentemente negativo em dias onde a benção do Senhor estava com ele, fez com que iniciasse suas próprias conquistas. O que parecia ser a ausência da benção de Deus, se tornou numa benção ainda maior .
O apóstolo Paulo passou por uma situação de naufrágio, onde o navio encalhou e começou a ser destruído pela força das ondas, o que fez com que todos abandonassem o navio e tentassem se salvar chegando até a terra a nado ou segurando-se nos destroços do navio. Ele poderia até mesmo ter questionado a Deus como muitos de nós o fazemos, mas não o fez, pois sabia que Deus nos faz lucrar nas perdas; sua segurança foi o ânimo do coração dos demais.
Já em terra, Paulo foi pegar lenha para alimentar o fogo onde se secavam e aquentavam, e uma serpente saiu do meio da madeira e picou-lhe a mão; enquanto todos esperavam que ele morresse, Deus o guardou de forma milagrosa e uma porta se abriu para que ele pregasse o evangelho e ministrasse cura a muitos enfermos na Ilha de Malta. Deus pode nos fazer lucrar nas perdas!(At.27:41-28:10).
Quando Paulo e Silas foram açoitados e presos por terem expulsado o espírito de adivinhação de uma moça em Filipos, não se entristeceram, antes, começaram a orar e cantar louvores a Deus, e um grande terremoto os libertou e permitiu que ganhassem o carcereiro e toda a sua família para Cristo. O que aparentemente poderia ser visto como derrota ou perda Deus transformou em lucro, pois Ele é soberano sobre todas as coisas (At.16:16-34).
Ouvi, certa ocasião, um relato de um ocorrido entre um grupo de pescadores que moravam numa mesma vila. Os homens saíram todos a pescar e, em enquanto estavam ao mar, sobreveio grande tempestade que os deixou totalmente perdidos, sem conseguirem retornar. Quando a tempestade foi acalmando, já estava anoitecendo e eles não conseguiam se situar afim de poderem voltar. Aflitas, as mulheres e crianças se dirigiram à praia para os esperar, e num descuido gerado pela aflição, uma das casas incendiou-se e não havendo meios de controlar o incêndio, perdeu-se tudo o que havia naquela casa.
Não muito tempo depois do incêndio, os pescadores conseguiram retornar e foram recebidos com festa pelas famílias. Porém, uma das famílias recebeu seu chefe com choro. Não entendendo porque seus familiares choravam, ele perguntou-lhes o que os entristecia e a mulher lhe contou acerca do incêndio e de terem perdido a casa e seus pertences.
Então o homem respondeu: - "Pois vocês deveriam se alegrar. Se não fosse pelo incêndio que iluminou a praia, jamais teríamos conseguido retornar!"
Tal qual este episódio dos pescadores, devemos crer que o Senhor também nos levará a lucrar em cada circunstância.
COMPREENDENDO A CORREÇÃO
Até mesmo quando somos corrigidos, é para o nosso próprio bem, como reconheceu o salmista:
"Antes de ser afligido andava errado, mas agora guardo a tua palavra.
Foi-me bom ter eu passado pela aflição, para que aprendesse os teus decretos"
Salmo 119:67,71.
O Senhor não quer nos destruir quando nos corrige, quer o nosso bem. Logicamente a correção é um trato de Deus quando estamos errados, e não quando estamos andando em fidelidade. Mas mesmo quando estamos procurando andar com Deus, podemos errar com nossas motivações. A grande verdade é que somos falhos e imperfeitos e precisamos ser trabalhados por Deus. Mas isto será sempre para o nosso bem.
A epístola aos Hebreus também nos ensina a respeito da correção divina:
"E estais esquecidos da exortação que, como a filhos, discorre convosco: Filho meu, não menosprezes a correção que vem do Senhor, nem desmaies quando por ele és reprovado; porque o Senhor corrige a quem ama, e açoita a todo filho a quem recebe.
É para disciplina que perseverais (Deus vos trata como a filhos); pois, que filho que há que o pai não corrige?
Mas se estais sem correção, de que todos se têm tornado participantes, logo sois bastardos, e não filhos.
Além disso, tínhamos os nossos pais segundo a carne, que nos corrigiam, e os respeitávamos; não havemos de estar em muito maior submissão ao pai dos espíritos, e então viveremos? Pois eles nos corrigiam por pouco tempo, segundo melhor lhes parecia; Deus, porém, nos disciplina para aproveitamento, a fim de sermos participantes da sua santidade.
Toda disciplina, com efeito, no momento não parece ser motivo de alegria, mas de tristeza; ao depois, entretanto, produz fruto pacífico aos que têm sido por ela exercitados, fruto de justiça."
Hebreus 12:5-11.
Se somos filhos, seremos corrigidos, e isto é demonstração de amor do Pai celeste. Mas não quer dizer que iremos nos sentir "confortáveis" quando somos corrigidos. A advertência é que não menosprezemos a correção e também que não desmaiemos quando somos corrigidos.
Por que a Bíblia fala sobre desmaiar? Certamente porque há momentos em que a correção parece ser mais forte do que nós. E ela não trará alegria a princípio, só tristeza; mas depois produzirá em nós frutos de justiça. Portanto o que devemos ter em mente quando somos corrigidos é que Deus quer o nosso bem; ele nos disciplina para o nosso APROVEITAMENTO!
Devemos reconhecer sempre que os planos que Deus têm para nós não são planos de mal, mas sim de paz, de bem. E que o desejo do Senhor é nos dar um futuro e uma esperança, quer entendamos isto, quer não. Há momentos em que parece que o tratamento divino em nossa vida não poderá ser suportado.
Há horas em que nos parece que seremos destruídos. Mas não! Deus quer o nosso bem. Nunca deixe o inimigo sugerir que o Senhor está contra você.
Mesmo que Ele esteja usando seus aguilhões ou abalando nossas vidas, mesmo que o fogo esteja consumindo muitas coisas em nossa vida, ou que Deus, à semelhança da águia, nos tenha lançado ao ar para que aprendamos a voar, não podemos perder de vista que ELE QUER O NOSSO BEM! Seus planos para nós são os melhores e haveremos de desfrutá-los em sua plenitude.
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